Na reta final do Paranaense, o que fica claro é a superioridade do trio-de-ferro. Os principais times do Paraná — se não houver surpresas na ultima rodada — estarão presentes nos jogos finais. Foram altos e baixos, bons e maus momentos. Na verdade, foi um sobe-e-desce muito grande, que preocupou as respectivas torcidas.
Mesmo que a lógica seja mantida e que tenhamos uma decisão com dois times grandes, isso não denota uma qualidade extraordinária dos clubes. É claro que a torcida do Paraná está satisfeita com a ascensão do seu time, pois o início foi um verdadeiro desastre. É certo também que a torcida do Coritiba, que viu um desmanche após a conquista da segunda divisão, fica satisfeita em decidir um Estadual depois de alguns anos. Por outro lado, o que dizer do Atlético? Esse clube com toda estrutura que disponibiliza aos seus jogadores jamais pode ficar fora das disputas finais de uma competição estadual por tanto tempo.
No entanto, mesmo que esses times obtenham o direito de disputar os jogos finais, eles devem ser motivos de preocupação de seus torcedores. O futebol apresentado nas ultimas rodadas pelos três times é algo que merece reflexão, não para a competição doméstica, e sim para o Brasileirão. Os times apresentados, ou melhor, os times montados para a competição local são extremamente singelos. Com essas equipes, não dá para ter sucesso numa competição de alto nível.
Ao considerar que todos os diretores de clubes da Capital, sem distinção, colocam o Paranaense como uma pré-temporada, é de se entender que, para o Brasileirão, reforços de peso chegarão.
Acabou o tempo de experiência e estágio, o que vem a seguir é muito sério. Com esse time, o Coritiba, do mesmo jeito que subiu, cairá para a segundona. O Atlético tem tudo para fazer o seu torcedor sofrer. Passará um ano inteiro na briga, muito mais para não cair do que por algo melhor. Já o Paraná, com o plantel que possui, se não buscar reforços, tende a ficar um bom tempo jogando nas terças e nas sextas-feiras com um estádio quase vazio.
Caminhada
Foram três vitórias que voltaram a nós colocar do topo da tabela. O jogo no puxadinho contra a galinha azul foi o impulso que faltava para se chegar às finais do campeonato. Com as contratações, o treinador Ney Franco teve opções e as mudanças na seqüência dos jogos surgiram efeitos. Que todo o elenco tire de exemplo o jogador Alan Bahia, que no jogo contra o Engenheiro Beltrão, lá em Beltrão, foi o único que teve coragem de conversar com a torcida. No decorrer dos jogos, foi o jogador que mais comemorou com ela. A ele, meu eterno respeito.
Fatos
Qual a verdadeira função do torcedor dentro de um clube de futebol? Além do comparecimento aos jogos sempre apoiando, a identidade que ele tem com o clube é muito grande. Hoje, no Brasil, os clubes deixaram o amadorismo de lado e a profissionalização é questão de sobrevivência.
O produto que o clube tem para angariar contratos e mostrar a força é a sua apaixonada torcida. Muitos fazem com grande sucesso, outros caminham em passos curtos. Sendo a torcida o carro-chefe, coloquei esta indagação para se ver a importância do torcedor não só na arquibancada, mas sim fora dela. Dias atrás, determinado comentarista expressou a seguinte frase: “imprensa e a torcida não criticam por que querem destruir, mas sim mudanças no que está errado”. Entendeu?
Um Ultra-abraço
Gabriel Barbosa – [email protected]
Semana decisiva
O Coritiba terá dois jogos importantíssimos neste início de temporada durante esta semana. Na quarta-feira, no ABC paulista, encara o São Caetano, que vem de altos e baixos no Paulistão. O Azulão deverá mudar seu elenco, dispensando alguns atletas e contratando outros — que já não enfrentarão o Coritiba. Jogar contra o São Caetano, historicamente, é complicado. Fora de casa, o Coritiba nunca venceu o time do ABC.
Neste jogo, Dorival deve aproveitar o momento de instabilidade do adversário e procurar um bom resultado, tentando garantir a vantagem para o jogo de volta — ou até eliminá-lo. A vitória traria a tranqüilidade necessária para o jogo de domingo, contra o Toledo — já classificado no torneio regional —, quando a vitória é a alternativa que o Coxa precisa para ficar com a segunda vaga do grupo.
Ver o Toledo, que tem uma estrutura muito menor do que os três times da capital, como o único classificado antecipadamente à semifinal, mostra bem o quanto os três times curitibanos estão fracos tecnicamente. É preocupante, pois o Brasileirão começa em 40 dias.
Do lado verde-branco, o time está muito debilitado tecnicamente e precisará de vários reforços para assumirem a titularidade se realmente a diretoria quer levar o time à Libertadores no ano do centenário.
Coxa, eu te amo!
Luiz Carlos Betenheuser Júnior – [email protected]
Por linhas tortas
Com os resultados do último final de semana, as semifinais do Paranaense (salvo alguma catástrofe) indicam possíveis confrontos entre Coritiba x Atlético e Paraná Clube x Toledo. O time tricolor entrou em campo contra o Iraty no domingo passado com os “garotos da Vila” jogando mais soltos e criando espaços para melhor aproveitamento de um atacante de ofício (no caso, o “Tanque”, escalado em cima da hora no lugar do lesionado Joélson). Dessa forma, Bona escreveu certo por linhas tortas e deve ter verificado, na prática, como melhor lidar diante de um esquema defensivista.
Com três bons zagueiros jogando levemente adiantados, não tão próximos, auxiliados por dois volantes (Léo e Jumar) que tem qualidade na saída de bola, Bonamigo poderá aproveitar a qualidade de Cristian na armação e os espaços eventualmente abertos pelos habilidosos (e leves) Giuliano e Everton para chamar a marcação, afastando-a da área, permitindo que os avantes paranistas consigam, enfim, encontrar o caminho ao gol do oponente. Tal formação poderá ser inteligentemente utilizada diante do Vitória, pela Copa do Brasil, já visando à adoção de um novo padrão para o seguimento do estadual e mesmo para o brasileiro que se aproxima.
O elenco paranista precisa de poucas (mas boas) peças para conseguir apresentar um eficiente ritmo de jogo, a começar pelas laterais (seu setor mais carente) até porque André Luiz voltou a sentir uma recorrente lesão. Com calma, paciência, seriedade e comprometimento de todos, o tricolor poderá ter uma temporada digna, sendo recompensado ao final com a volta à divisão de elite de onde jamais deveria ter saído.
Força Tricolor!
David Formiga – [email protected]