As vaias que foram ouvidas na Baixada, após o jogo contra o Nacional, podem significar muito mais que uma simples insatisfação pelo péssimo futebol apresentado pelo Atlético. A manifestação é legítima da torcida rubro-negra e demonstrou uma preocupação exacerbada com o futuro do clube.
Toda a vantagem obtidas pelo Atlético — de forma merecida, diga-se — pode ser transformada numa faca de dois gumes. De um lado, dá ao clube uma facilidade de contar com o apoio da torcida em todos os jogos na segunda fase. Do outro, obriga o time não apenas a vencer, mas jogar um bom futebol.
O fato de o Atlético não conseguir jogar bem na Baixada preocupa o torcedor, pois o Atletiba poderá ser o diferencial e decidir o titulo da competição. A torcida não aceitaria mais uma derrota para o arqui-rival dentro do seu próprio campo.
Nesse momento, a fala do comando atleticano, na pessoa do treinador Geninho, deixa claro a intenção de buscar um futebol de resultado. A qualidade técnica passa a ser uma algo dispensável nesse momento de turbulência e colocada em segundo plano. Se for campeão, ninguém lembrará da qualidade técnica, e sim da faixa no peito.
Particularmente, contesto essa afirmação. É verdade que o importante é vencer. No entanto, o time deve demostrar um mínimo de qualidade que possa dar ao torcedor a expectativa de um ano melhor. O ano passado foi sofrível. Alem disso, houve baixas que enfraqueceram o time titular. Vale lembrar que esse elenco é o mesmo que lutou para fugir do rebaixamento no Brasileirão. Em nenhum momento figurou entre os melhores clubes que disputaram o título.
No jogo contra o Nacional, ficou patenteado que o time de Rolândia encontrou uma forma ideal de jogar contra o Atlético na Arena. Mais uma vez, o treinador Gilberto Pereira demostrou capacidade de montar uma equipe competitiva e superior na maior parte do jogo, para não dizer na totalidade. O time do interior teve várias oportunidades e só não venceu porque os jogadores falharam na hora das conclusões. Para uma pessoa menos avisada, que chegasse para ver o jogo e não conhecesse os dois clubes em ação, teria a certeza que o Nacional era o time grande da história.

Melhor assim
Quem não gostaria que em todo jogo nosso time jogasse bem, aplicasse uma goleada, acontecessem várias jogadas ensaiadas e outras coisas mais? Infelizmente, isso não faz parte do Atlético. O mais importante é a vitória; isso, sim, uma realidade. Então, o que há de errado? Será que nossa torcida esta ficando chata? Ou nosso time está sem qualidade?
Não vou entrar no mérito da questão. Só sei que, no final, quero ser campeão. Quero lembrar que, no centenário de nossos rivais, quem conseguiu o título fomos nós. Então, não vou tentar achar pelo em ovo. Vou deixar de lado vários acontecimentos. Que essas cobranças fiquem para depois. Reclamar, xingar, agora não vai mudar mais nada. O importante é conseguir ganhar esses três jogos. Depois é outra história. Vamos focar todos os objetivos no título e não deixar que arbitragens péssimas venham destruir nosso objetivo. Jogando bem ou mal, meu grito no final da competição só pode ser um: “É campeão!”

A frase
“A torcida do Atlético cantou os 90 minutos. Só vaiou quando acabou o jogo!”. Frase de Valmir Gomes, comentarista do programa Balanço esportivo, domingo à noite na CNT.
Um ultra-abraço

Gabriel Barbosa
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Mais decisões na vida do Coritiba
O Coritiba terá uma semana com mais duas decisões. Amanhã, é o Bahia, pela Copa do Brasil. A vantagem de jogar pelo empate em até um gol é boa. Mas, se sofrer o primeiro gol, a vantagem inverte. Por isto, sou mais por jogar como jogamos contra o P. Clube: para a  frente, ofensivamente, buscando o gol a todo minuto. E a receita para é a mesma para o jogo contra o Iraty.
O Coxa precisa entrar em campo com este espírito “guerreiro”, de nunca desistir, de buscar o gol até o último segundo. É o espírito que a torcida gosta. É assim que a sintonia time/torcida funciona. É assim que o Verdão cresce nos momentos decisivos.
Que sejam duas vitórias que sirvam de homenagem póstuma ao fiel Coxa-Branca Rogerio Zwierzikowki, que nos deixou no sábado, vítima duma violência imbecil. Lá do céu, Rogério estará acompanhando e torcendo pelo time de coração.
Coritiba, a torcida que nunca abandona!

Luiz Carlos Betenheuser Júnior
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Efeitos do clássico
O clássico começou a ser perdido no cartão amarelo de Lenílson (por reclamação tola) na partida contra o Paranavaí. A derrota em si no sábado (e a conseqüente saída da luta pelo título) tomou corpo com a infeliz escalação de Wando que, ao invés de atuar na ligação, fez as vezes de “pivô”, próximo à linha da fundo, descaracterizando o padrão de jogo das últimas rodadas.
Clênio é muito mais visto como o que “o torcedor gostaria que fosse” do que como realmente é; mesmo assim, era a substituição óbvia, correta: um “nove” por outro.
O gol sofrido precocemente abalou o Paraná, que mesmo assim conseguiu perder oportunidades graças à qualidade limitada do seu elenco.
Velloso disse na coletiva que queria manter o mesmo padrão. No entanto, para isso, a lógica seria a entrada de Éverton ou de Gedeon por Lenílson. Outra possibilidade interessante seria a entrada de Alex na direita, liberando Araújo para atuar em sua função originária, na meia-cancha.
Após a sofrível primeira etapa, viram as infelizes substituições e a inexplicável retirada de Araújo (prejudicado por sua função defensiva, sempre “batendo” com o Paraíba) por Alex, quando o time precisava de ambos.
Para a próxima partida do Estadual, o Paraná não poderá contar com Agenor e Fabinho, suspensos por cartões amarelos, nem com Luiz Henrique, que pode ficar de fora do time até a próxima temporada.
O estadual de 2009 tem apenas a serventia de se retirar pontos do CAP e dá-los ao Malucelli. Depois disso, apenas em 2010. Até lá, o Paraná deve focar-se na Copa do Brasil e no regresso à divisão de elite do futebol nacional — o que somente ocorrerá com muito trabalho, sem “invencionismos” e com no mínimo, seis novos titulares e com a manutenção de Agenor e Lenílson.
Teu destino é vitória!

David Formiga
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