Anonimato e ineditismo em campo na argentina

Ao entrar no gramado do Estádio Monumental de Nuñez, hoje às 19h15, o Atlético já estará fazendo história. Será a primeira vez que a equipe enfrenta um time argentino por uma competição oficial. O jogo de ida das oitavas-de-final da Copa Sul-Americana, hoje em Buenos Aires, será contra o River Plate, bicampeão da Libertadores e 32 vezes campeão argentino.

Apesar de ser vice da Libertadores em 2005 e de ter conquistado o Brasileirão em 2001, o time paranaense é pouco conhecido na Argentina. “Aqui não se sabe muito sobre o Atlético”, confessa Hernan Castillo, repórter do Clarín (principal jornal do país). “O clube é mais conhecido por ter o Navarro Montoya do que por qualquer outro motivo”, comenta o jornalista.

Além de lutar contra seu anonimato na Argentina, o Atlético sonha com o primeiro título brasileiro da Sul-Americana. A competição, criada em 2002, já foi vencida por clubes do país vizinho – Boca Juniors, duas vezes, e San Lorenzo, uma vez – e pelo Cienciano, do Peru.
O jogo de volta com o River será em 12 de outubro, na Baixada. Os gols marcados fora de casa são critério de desempate. Se passar pelo time argentino, o Atlético enfrentará nas quartas-de-final o vencedor do duelo entre Boca Juniors e Nacional, do Uruguai.

Para os jogadores do Atlético, a partida de hoje será especial, apesar do adversário utilizar um time reserva. “Sempre há aquela rivalidade entre Brasil e Argentina”, disse o goleiro Cléber. “Vamos enfrentar uma grande pressão. A torcida deles apoia os 90 minutos”,  afirmou. “Temos que jogar com personalidade”, argumentou. O atacante Marcos Aurélio adotou discurso semelhante. “O River é um clube de muita tradição e ainda temos a rivalidade Brasil-Argentina”, comentou.

O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, confirmou que manterá o mesmo time utilizado nas últimas rodadas. Com isso, o volante Alan Bahia, o meia Válber e o atacante Paulo Rink permanecem no banco.

Ingressos — O preço dos ingressos no Monumental de Nuñez varia de 15 a 110 pesos (de R$ 10 a R$ 77). Para os visitantes, o bilhete custa 70 pesos (R$ 49).

River Plate escala time reserva para o duelo
O River Plate faz hoje sua estréia na Copa Sul-Americana 2006. O time argentino, que não precisou disputar a primeira fase da competição, utilizará um time reserva. Dos jogadores que atuaram no empate em 1 a 1 com o Colon, no último domingo, pelo campeonato nacional, só o atacante colombiano Falcao está confirmado para hoje.

O atacante Ernesto Farías, que ficou no banco no domingo, não pôde treinar com os demais jogadores ontem. Ele estava com febre, mas se estiver recuperado, vai para o jogo com o Atlético. Se não tiver condições, entra Higuaín, que atuou contra o Colon. Farías foi artilheiro da Libertadores 2006, com cinco gols, empatado com outros 13 jogadores.

O River treinou ontem pela manhã e entrou em regime de concentração à tarde. O técnico Daniel Passarela avisou que a prioridade em 2006 será o campeonato argentino, por isso utilizará um time reserva na Sul-Americana.
Na Libertadores 2006, o River foi eliminado nas quartas-de-final pelo Libertad (Paraguai). No total da campanha, teve cinco vitórias, um empate e quatro derrotas — marcou 19 gols e sofreu 16.  (SRF)