O São Paulo jamais ganhou na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Em oito jogos na casa do Atlético-PR, havia perdido em seis oportunidades. Lá, sofre com a pressão da torcida, a catimba dos rivais e de seus dirigentes. Neste sábado porém, a equipe paulista mostrou maturidade e que está bem encaminhada para a conquista do título brasileiro. Segurou o adversário, desperdiçou algumas chances, mas trouxe na bagagem um bom empate por 0 a 0. Agora, com todos os times tendo o mesmo número de jogos no Nacional, soma cinco pontos de vantagem sobre o vice-líder Grêmio.


A partida, apesar da falta de gols, teve um ritmo forte, principalmente na segunda etapa. O fato positivo foi o fair play apresentado pelos paranaenses. Os são-paulinos deixaram a capital paulista falando em enfrentar uma verdadeira guerra. Mas o futebol imperou. Tanto que nenhum jogador do Atlético recebeu cartão amarelo. O fator negativo ficou por conta de briga entre os torcedores, depois de o confronto terminar.


Antes de o jogo começar, o técnico Muricy Ramalho procurou amenizar o clima de hostilidade e o fato de abandonar o esquema com três zagueiros. “O São Paulo não tem esquema. Hoje [sábado] jogará desta forma (4-4-2) para arriscar um pouco. Se ganharmos, vamos abrir sete pontos sobre o segundo colocado”, afirmou, revelando suas pretensões para a seqüência do Campeonato Brasileiro.


Mas suas palavras de ousadia não foram apresentadas pelos jogadores dentro do campo na etapa inicial. Sua equipe fez 45 minutos bastante tímidos. Daqueles que todos os goleiros sonham, tranqüilos, com poucas finalizações e a bola teimando em ficar no meio-campo.


Do lado são-paulino, o estreante atacante Edgar limitava-se a trombar com os zagueiros adversários. Mostrava disposição acima do normal, mas bem marcado, quase não conseguia pegar na bola. “Estou gostando, só que precisamos melhorar”, afirmou, no intervalo, insatisfeito com o pouco poder ofensivo de sua equipe A melhor chance do líder aconteceu em chute de Leandro.


Já o goleiro Bosco vibrava por algumas boas intervenções, em chutes de Cristian e Marcos Aurélio. “Substituir o Rogério Ceni não é fácil, ele vem fazendo um grande campeonato”, disse. “Nas poucas chances que tenho, preciso mostrar bastante qualidade.”


Primeira etapa morna, segunda quente. Almejando se aproximar da zona de classificação à Libertadores, o Atlético resolveu agredir mais o líder São Paulo, que por sua vez, também buscava o triunfo com mais disposição para disparar na ponta da competição.


Danilo desperdiçou a grande chance são-paulina aos 25 minutos. O lateral Júnior cruzou e ele errou o alvo, em toque sutil. Não fez o gol e ainda tirou a chance de Edgar, livre. Os paranaenses com maior posse de bola, exigiram um pouco mais de Bosco e dos zagueiros paulistas. Ainda reclamaram de um pênalti de Miranda em Dênis Marques.


Mesmo sem ver sua equipe marcar gols, os são-paulinos saíram vibrando da Arena da Baixada. Os torcedores adversários não gostaram e, nos arredores do estádio, proporcionaram cenas de vandalismo, com pancadaria geral. Estragaram o bom exemplo dado em campo.


Ficha técnica:


Atlético Paranaense 0 x 0 São Paulo


Atlético Paranaense – Cléber; Jancarlos, Danilo, João Leonardo e Michel; Marcelo Silva, Erandir, Cristian (William) e Ferreira (Válber); Marcos Aurélio (Paulo Rink) e Dênis Marques. Técnico: Oswaldo Alvarez.


São Paulo – Bosco; Ilsinho, Fabão, Miranda e Júnior; Josué, Mineiro, Souza (Ramalho) e Danilo; Leandro (Lenílson) e Edgar (Thiago). Técnico: Muricy Ramalho.


Árbitro – Clever Assunção Gonçalves (MG).


Cartões amarelos – Mineiro e Leandro.


Público e renda – Não disponíveis.


Local – Arena da Baixada, em Curitiba (PR).