Com a queda na classificação — e a conseqüente saída do grupo dos quatro times que teriam acesso à Série A —, as calculadoras voltaram a trabalhar no Coritiba. Isso porque a chance estatística do time retornar à Primeira Divisão também despencou. Antes da derrota para o Ituano, com o time ainda em 4º lugar, era superior a 45%. Hoje, após a queda para a 6ª posição, não passa de 34%. Os cálculos são dos dois principais sites que avaliam as pespectivas de cada time na Série B: o infobola e o chancedegol (ver quadro).
Dentro do clube, o porcentual tido como necessário e suficiente para ascender de divisão é 55%, ou 62 pontos. Admite-se que 61 possam servir. Como atualmente o Coritiba tem 40, precisaria ainda somar 21 ou 22 pontos. Em outras palavras, precisa de pelo menos sete vitórias (de preferência, com mais um empate).
O problema é que o clube tem apenas 12 jogos a realizar. Seis deles são em casa — pela ordem, Santo André, Marília, CRB, Náutico, Atlético-MG e Avaí — e seis em campo inimigo — Ceará, Paulista, Vila Nova, América/RN, Paysandu e Gama. Em outras palavras, das sete vitórias, uma teria que ser obtida fora de casa.
Dos pontos que disputou na Série B, o Coritiba obteve 51%. Quando encerrou-se o primeiro turno, o time ostentava o primeiro lugar, com 35 pontos e 61% de aproveitamento. Para o returno, só precisaria somar 47% dos pontos disputados. Entretanto, após sete rodadas, o resultado ficou bem aquém do esperado: uma vitória, dois empates e quatro derrotas, ou desempenho de apenas 24%. “Passou da hora de reverter essa situação, nós tinhamos o objetivo de ser campeões”, lamentou o zagueiro Marcelo Batatais.
Apesar da queda na Série B, a diretoria não planeja mudanças no comando da equipe — leia-se troca de técnico. Uma fonte ligada ao Coritiba garantiu que a comissão técnica será mantida até o fim do ano, até porque não haveria tempo hábil para alterações desse porte. Tampouco Bonamigo pretende sair. “Sou um técnico de projeto”, havia dito ele, na sexta-feira, após a derrota para o Ituano — e com uma sondagem para dirigir o Palmeiras.
Chances na Série B
Clubes | Pontos | Chances (Infobola) | Chances (chancedegol) |
1. Náutico | 45 | 84% | 83,7% |
2. Atlético-MG | 44 | 77% | 81,4% |
3. Sport | 43 | 67% | 50,2% |
4. Paulista | 41 | 41% | 42,9% |
5. América-RN | 40 | 38% | 41,4% |
6. Coritiba | 40 | 32% | 39,9% |
7. Brasiliense | 37 | 17% | 30,7% |
8. Paysandu | 37 | 11% | 9,9% |
9. Santo André | 37 | 11% | 9,1% |
10. Avaí | 36 | 7% | 9,0% |
11. Marília | 35 | 6% | 2,7% |
12. Gama | 34 | 6% | 1,6% |
13. CRB | 33 | 1% | 1,4% |
14. Vila Nova-GO | 33 | 2% | 1,3% |
15. Guarani | 30 | – | 0,4% |
16. Ituano | 30 | – | 0,2% |
17. São Raimundo | 30 | – | 0,1% |
18. Remo | 28 | – | 0,02% |
19. Ceará | 27 | – | menor que 0,01% |
20. Portuguesa | 24 | – | menor que 0,01% |
Bonamigo troca peças e esquema
A má fase no Coritiba pôs a guilhotina para funcionar e as primeiras vítimas apareceram: o lateral Ricardinho, o volante Márcio Egídio e o meia Cristian. Pelo menos foi o que indicou o treino de ontem, o primeiro após a derrota de 2 a 1 para o Ituano.
Os três jogadores vinham tendo atuações contestadas e estavam em uma espécie de “lista negra” da torcida. Mas o técnico Bonamigo não resumiu as mudanças no time às saídas deles. O esquema tático foi trocado e, além disso, o time volta a ter um atacante “matador”, coisa que não apresentou em Itu.
No treino de ontem, o lateral Carlão ocupou a vaga de Ricardinho entre os titulares. Com a saída de Márcio Egídio, Bonamigo promoveu o retorno do zagueiro Índio e armou um 3-5-2 com três zagueiros de ofício. Durante o período em que Índio ficou de fora, por lesão, o treinador escalava o time no 4-4-2, com um volante — ora Márcio Egídio, ora Peruíbe, ora Rodrigo Mancha — fazendo o papel de um “falso” terceiro defensor.
A saída de Cristian, por fim, provoca uma mudança em cascata. Sem ele no time, Caio reassume um lugar no meio-campo — no jogo diante do Ituano, ele havia atuado na frente. Com isso, a vaga que se abre ficaria com o atacante Jefferson. O jogador, que volta de contusão, também fica com a missão de devolver ao setor ofensivo a tarefa de fazer gols, o que não aconteceu nas últimas seis partidas — exatamente o período em que o Coritiba sofre com abstinência de vitórias. (LVR)
Preços
Uma boa parcela da torcida coxa-branca — principalmente as organizadas — manifestou-se sobre o valor do ingresso. Segundo eles, o preço mais baixo faria com que o torcedor comparecesse em maior número. Atualmente, os ingressos mais baratos custam R$ 15 (arquibancadas) e R$ 20 (cadeiras da Rua Mauá).