O atacante Dagoberto virou o “namoradinho” de São Paulo. O jogador está sendo disputado por dois times paulistas – Santos e São Paulo -, mas segue com seu contrato enrolado no Atlético-PR, onde não joga há quatro rodadas por decisão da diretoria. Os clubes paulistas trabalham nos bastidores para conseguir o reforço ainda para esta temporada. Correm contra o tempo, pois as inscrições de atletas para o Brasileiro terminam no próximo dia 22.
O time do Morumbi bateu primeiro na porta do Furacão. Ofereceu R$ 2 milhões e mais a transferência de dois atletas que não estão sendo utilizados pelo técnico Muricy Santana. O Santos entrou na briga um pouco mais tarde, mas com “armas” poderosas. Primeiro, colocou Vanderlei Luxemburgo na parada. O treinador ligou para Dagoberto e para o presidente do Conselho do clube, Mário Petraglia. Tenta seduzir o jogador a trabalhar na Vila.
Na mesa de negociação, o Santos inovou: ofereceu R$ 3 milhões por 50% do registro de Dagoberto – R$ 1 milhão a mais que o Tricolor. E ainda deu ao Furacão a condição de renegociar o atacante no Exterior, dividindo o valor em partes iguais.
Tanto Santos quanto São Paulo esperam resolver essa transação antes da transferência, mas não descartam bater o martelo mesmo se for para 2007. E nessa guerra dos clubes paulistas, a dissimulação dos cartolas prevalece.
“Acho muito difícil acertar com o Dagoberto, até porque ele tem uma pendência jurídica com o Atlético e precisa resolver isso primeiro”, comenta o presidente Juvenal Juvêncio, que tenta costurar o acordo e conta com o fato de Dagoberto querer muito atuar no Morumbi. Ocorre que o relacionamento São Paulo-Furacão não é dos melhores. E isso pode pesar.
A ladainha da dificuldade de acerto também é ouvida pelos lados do Santos. “Já encerramos as nossas contratações, embora estejamos sempre abertos aos bons negócios”, repete o presidente santista.
Os empresários que cuidam da carreira de Dagoberto, da Massa Esportes, cobram uma resolução rápida. Querem ver o jogador em ação. No último dia 6, Marcos Malaquias dava como certa a reintegração do atacante no Atlético até a audiência na Justiça marcada para o dia 20 de outubro. “O Dagoberto já não joga há quatro rodadas do Brasileiro. Nem mesmo na estréia do time na Sul-Americana, ele foi relacionado. Treina, mas não é usado. Isso tem de acabar”, diz. “Fui a São Paulo e trouxe uma oferta do Morumbi, mas o clube não aceitou.” Ele nada falou sobre o Santos.
O imbróglio jurídico de Dagoberto começou por causa de sua multa rescisória. O acerto reza que a multa caia no último ano de contrato de R$ 16 milhões para R$ 5 milhões. A data para isso seria 24 de julho. Ocorre que o Furacão conseguiu liminar para prorrogar o vínculo por mais 250 dias, fazendo prevalecer a multa maior. Para o mercado internacional, seu contrato vale US$ 27 milhões (R$ 62 milhões). O pedido de prorrogação aconteceu por causa da contusão do jogador em 2004. Ele ficou parado por 250 dias, o prazo “esticado”. Dagoberto não aceita. E enquanto a solução não aparece, a diretoria do Atlético acha por bem deixá-lo fora. O atleta não fez sete partidas no Brasileiro, portanto, pode ser negociado.