Ex-craque Odirlei Magno sonha em ser treinador

Agência Estado

O lateral-esquerdo Odirlei, titular do melhor time que a Ponte Preta, de Campinas, conseguiu montar em toda sua história e finalista do Campeonato Paulista em 77, 79 e 81, espera um convite para iniciar a carreira como treinador. “Esse é o sonho de todo ex-jogador”, confessa o ex-craque, que há 12 anos é professor da escolinha de futebol do Clube do Bonfim, em Campinas, a 100 km da capital, e trabalha nas categorias de base da Ponte Preta. “Falta material humano. No passado, surgiam mais jogadores de talento”, conta, aos 54 anos.


Odirlei acredita que os jogos entre Corinthians e Ponte Preta se tornaram clássicos do futebol brasileiro. “São jogos diferentes dos outros. Até os mais jovens reconhecem a importância dessa disputa depois que ouvem as histórias de 77.”


Odirlei ajudou a escrever estas histórias. Era um dos pilares da defesa da Macaca (apelido do time da Ponte Preta), liderada pelo zagueiro Oscar e pelo goleiro Carlos. Veloz, raçudo, voluntarioso e marcador, Odirlei era um lateral incansável. Foi três vezes vice-campeão paulista, mas acredita que o time de Campinas tinha condições de ter vencido as decisões, contra o Corinthians, por duas vezes, e contra o São Paulo. “Ainda fico arrepiado toda vez que me lembro daquele time que tinha Dicá, Carlos, Vanderlei, Marco Aurélio…”, conta.


Após abandonar o futebol, na metade da década de 80, Odirlei enfrentou momentos difíceis. Chegou a ser vendedor de água entre 90 e 94. “Senti um pouco de vergonha no começo, mas tinha de sustentar minha família.” Foi um convite de Dicá para ser professor de futebol que fez Odirlei sorrir de novo. Hoje, contas equilibradas, mora em casa própria em Campinas.


Um arrependimento? “Não ter participado da Copa de 78. Falei para o técnico Cláudio Coutinho que não podia viajar porque estava com problemas no casamento. Poderia ter sido diferente, mas não tem problema. Consegui outras coisas e vou continuar correndo atrás.”