Libertadores à distância de um apito

Após nova derrota, Paraná Clube calcula que, sem erros de arbitragem, estaria na zona de acesso ao t

Lycio Vellozo Ribas

Não fossem os erros dos árbitros, o Paraná poderia estar na zona para a Copa Libertadores da América. Pelo menos este é o raciocínio instaurado no clube, após a derrota para o Corinthians, por 1 a 0, em São Paulo, no sábado.

Nesse jogo, um novo erro do apito prejudicou o clube paranaense. Os paulistas venciam por 1 a 0 quando o lateral Edinho entrou na área, em velocidade, e acabou empurrado pelo zagueiro Marinho. O árbitro Luiz Antônio Silva Santos (RJ) ignorou o lance. Não deu a infração, tampouco aplicou cartão amarelo ao jogador do Paraná — pela regra, o lateral deveria ser punido em caso de simular a falta —, o que talvez demonstre pouca convicção do árbitro na jogada. “Eu fui empurrado. Ele veio para me tocar”, reclamou Edinho, após a partida.

O lance no Pacaembu se soma a outras polêmicas que, segundo jogadores e a comissão técnica na Vila Capanema, vitimaram o Paraná no Campeonato Brasileiro. O técnico Caio Júnior enumerou várias outras ocasiões. “Dos jogos que perdemos fora de casa, quase todos tiveram influência da arbitragem, o São Paulo, o Grêmio, o Fluminense, o Juventude…”, queixou-se. Dentre os reveses em campo inimigo, ele eximiu apenas os diante de Palmeiras (4 a 2) e Botafogo (4 a 0).

Na contabilização do Paraná, se os erros nas partidas citadas fossem deixados de lado, as cinco derrotas poderiam ser convertidas em cinco empates (ver quadro) — desde que, logicamente, os pênaltis não marcados fossem convertidos. Assim, o time, em vez dos 34 pontos e da 7ª posição na tabela, ostentaria 39 e estaria em quinto, com uma razoável vantagem em relação aos concorrentes. O Vasco, atual 5º colocado, tem 36 pontos.

Para a Libertadores, classificam-se os quatro melhores do Brasileirão. No entanto, o Internacional (3º colocado) já tem vaga certa no torneio sul-americano, por ter sido campeão da última edição. Assim, a zona se estende até a quinta posição do Nacional.

Caio fez vários ataques à arbitragem logo após a derrota para o Corinthians, ainda no campo. “Na hora do aperto, a gente sabe que é sempre contra o Paraná”, reclamou. Mais tarde, no vestiário, evitou novos comentários sobre a partida em particular e apontou “motivos culturais” para justificar os prejuízos à equipe. “O Parana não tem força (política)”, decretou, para em seguida citar exemplos. “O Leão (técnico do Corinthians) reclama, faz gestos, xinga, parece que quer mandar no futebol. Se eu fizer isso serei expulso”. Assim, o treinador já instruiu os jogadores de que as reclamações são inócuas. “O que a gente precisa mesmo é do apoio do torcedor”, finalizou.


Jogos-em-que-o-Paraná-foi-prejudicado



Paraná sofre 4ª derrota em 5 jogos
O Paraná Clube somou, neste sábado, a quarta derrota em cinco jogos do returno do Campeonato Brasileiro. O time levou 1 a 0 do Corinthians, em São Paulo. O único gol foi do volante Magrão, após falha coletiva da defesa paranaense.
No primeiro tempo, o Paraná teve mais posse de bola e volume de jogo. A defesa rechaçava a maior parte das investidas do Corinthians — embora Amoroso quase tenha aberto o placar, aos 16 minutos. O time paranaense, mesmo carente de melhor articulação de jogadas, criou algumas chances. Na melhor delas, Leonardo recebeu de Edinho e chutou na trave, aos 43 minutos.
No segundo tempo, o Corinthians veio mais incisivo e aproveitou-se de uma falha coletiva da defesa paranista para fazer 1 a 0, com Magrão. O time paranaense sentiu o gol e passou muito tempo até ameaçar o empate. Aos 25 minutos, o lateral Edinho sofreu pênalti, mas o árbitro não marcou.  Aos poucos, o Corinthians recuou. Entretanto, somente nos minutos finais o Paraná teve chance de igualar, em arremates de Leonardo, mas não conseguiu. (LVR) do returno

Próximo jogo marca reabertura da Vila
O próximo jogo do Paraná Clube pelo Brasileirão é nesta quarta-feira, às 19h30, contra o Fortaleza. O jogo está longe de ser “mais um”. Marca nada menos que a reabertura da Vila Capanema, que passou por muitas reformas ao longo do ano. Após diversos anúncios, somente agora o estádio está apto a receber partidas.
“É um jogo histórico para o clube e para nós é uma guerra”, dclarou o técnico Caio Júnior, descartado o caráter puramente festivo da partida devido à má fase que o Paraná atravessa no Brasileirão — foram cinco derrotas nos seis últimos jogos. “Os jogadores têm noção do que vai ser a volta à Vila Capanema”, continuou o técnico, considerando que uma vitória sobre o Fortaleza deve enterrar os recentes maus resultados e fazer o time voltar à luta por uma vaga na Copa Libertadores. (LVR)