Envolvido num negócio com o clube inglês Arsenal, que pode alcançar os US$ 6,5 milhões (quase R$ 14 milhões), o volante Denílson foi o mais novo produto tipo exportação da lucrativa fábrica de craques do São Paulo. Só nos últimos 11 anos, o Tricolor faturou US$ 115 milhões (algo em torno de R$ 246 milhões, em valores atuais) com a exportação de jogadores formados no próprio clube – os chamados “pratas da casa”.
“Esse valor não inclui a venda de atletas como Cicinho e Lugano, que chegaram ao São Paulo já com a experiência de terem atuado em outros clubes”, diz o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes. “Só o River Plate faturou mais que a gente nesse período” emenda o dirigente, lembrando o clube argentino que já vendeu atletas como Ortega, Saviola, Lucho Gonzalez, Crespo e Gallardo para o mercado europeu.
Todos esses cinco já disputaram Copas do Mundo. Dentre os tricolores que também chegaram lá, os destaques são o atacante Denílson (que jogou os Mundiais de 98 e 2002) e o meia Kaká (2002 e 2006).
A conta dos exportados ainda inclui atletas que nem brilharam no time profissional do Tricolor, como o atacante Kléber, vendido para o Dínamo de Kiev, em 2004, pelo equivalente a R$ 6,2 milhões – R$ 855 mil a mais que o valor pago pelo Sevilla por Julio Baptista. No moderno Centro de Treinamento de Cotia (SP) – cinco campos, escola, alojamento -, o Tricolor tenta formar novos craques. A mais nova promessa é o atacante Tadeu.
Os lucros são altos, mas poderiam ser maiores. Alguns atletas saíram “de graça” após terem seus contratos terminados. Foram os casos dos zagueiros Jean e Júlio Santos, que pintaram no time profissional em 2000, época em que o Tricolor ainda não estava familiarizado com a Lei Pelé e não firmava contratos longos com seus meninos. “Nós voltamos a olhar mais para a base”, diz Jesus Lopes.
NÚMEROS DO TRICOLOR:
O MAIS CARO
O atacante Denílson: US$ 26,5 milhões para o Betis, da Espanha, em 1998.
NEGÓCIO POLÊMICO
Kaká, vaiado pela torcida e vendido “a preço de banana” para o Milan, por US$ 8,5 milhões, em 2003.
O QUE AINDA RENDE
Julio Baptista saiu em 2003 por US$ 2,5 milhões para o Sevilla. Revendido para o Real Madrid, por US$ 32 milhões, rendeu US$ 1,6 milhão ao Tricolor. Se o Arsenal, da Inglaterra, contratá-lo em definitivo, o São Paulo ganha mais.