O Atlético fez história ontem no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. O time derrotou o River Plate, por 1 a 0, na partida de ida das oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. Foi a primeira vez que o clube enfrentou um time argentino por uma competição oficial.

Foi, também, a primeira vitória de uma equipe paranaense no país vizinho — sem considerar amistosos e torneios não-oficiais. Na Libertadores de 2004, o Coritiba perdeu para o Rosario Central por 2 a 0. Na Copa Conmebol de 1999, o Paraná levou 1 a 0 do Talleres.

Com o resultado de ontem, o Atlético só precisa de um empate no jogo de volta, em 12 de outubro, na Baixada, para garantir a vaga. Os ingressos para essa partida já estão à venda. Se passar pelo River, enfrentará nas quartas-de-final Boca Juniors ou Nacional (Uruguai).

O Atlético completou ontem o quinto jogo consecutivo sem derrotas — três deles pelo Campeonato Brasileiro. Apesar dos recentes bons resultados e da excelente vitória em Buenos Aires, o time não mostrou ontem um grande futebol. Os principais destaques foram a dupla de zagueiros e o goleiro Cléber, que suportaram a pressão do River.

O time argentino utilizou o time reserva. O técnico Daniel Passarella afirmou que sua prioridade é o Campeonato Argentino. Mesmo assim, a equipe dominou a partida do início.

Nos dez primeiros minutos de jogo, o River já tinha criado quatro chances de gol. O Atlético tinha dificuldades para armar contra-ataques e errava muitos passes. Aos 25 minutos, porém, Cristian lançou Denis Marques, que arrancou do meio-campo e cruzou com perfeição para Marcos Aurélio. O atacante tocou para o gol vazio e marcou seu segundo gol na competição.

No segundo tempo, o River continuava pressionando, mas não conseguia o empate. O Atlético, por outro lado, desperdiçou uma grande chance aos 12 minutos, com Denis Marques perdendo um gol feito, no último contra-ataque bem armado pela equipe. Dez minutos depois, o atacante deu lugar ao volante Alan Bahia e o time passou a jogar no 4-5-1. A pressão do River aumentou e, nos 20 minutos finais, Cléber foi obrigado a fazer três grandes defesas para garantir a vitória.




Para Vadão, vantagem obtida é “enorme”
O técnico do Atlético, Oswaldo Alvarez, o Vadão, ficou empolgado com a possibilidade de chegar às quartas-de-final da Copa Sul-Americana apenas com um empate na Baixada. “A vantagem é enorme”, comentou. “Normalmente, quando equipes brasileiras vêm aqui e perdem por 1 a 0, saem vibrando”, destacou. Para o treinador, o time demonstrou inteligência em campo. “O mais importante foi a disposição e os jogadores sabiam o que queriam dentro de campo”, afirmou. Ele só fez uma crítica à equipe. “Nosso maior pecado foi que, no segundo tempo, não conseguimos contra-atacar”, disse. (SRF)