Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

No Brasil, o acesso aos serviços de saúde mental é, não raro, um privilégio para poucos. A falta de interesse do poder público em investir nessa área e o valor dos serviços na rede particular de saúde são alguns dos fatores que dificultam o acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos, mas em Curitiba um projeto criado há mais de dez anos tenta enfrentar esse problema. É o Psi Social, um projeto que oferece atendimento psicanalítico e psicológico de cunho social, com consultas presenciais, online e homecare.

Idealizadora da iniciativa, Madalena Becker Lima conta que a história do projeto começou a ser escrita há mais de 10 anos, quando um grupo de psicanalistas que já praticava a clínica social resolveu se reunir. “É um aspecto ético da nossa formação, da nossa prática, dedicarmos esse tempo à clínica social. Iniciamos no Hospital São Lucas, depois fomos para a Fundação Pró-Hansen e agora estamos no Hospital Evangélico atendendo pacientes do SUS”, explica a psicóloga.

Com o tempo, porém, esse grupo de profissionais começou a perceber que seria necessário montar um outro espaço para receber pacientes que estão na fila de espera do SUS e nas filas de espera das clínicas e escolas do curso de Psicologia nas universidades de Curitiba.

“Começamos a receber muita demanda fora do espaço em que nós fazemos os atendimentos, porque um paciente vai falando pro outro, para a família e nós prezamos muito pela qualidade do atendimento. É o mesmo atendimento do consultório particular, a mesma prática, a mesma escuta, com a mesma duração. Então esse cuidado começa a se espalhar”, conta Madalena.

Valor da consulta é combinado com o paciente

Em princípio, a solução pensada foi criar uma ONG, mas isso traria alguns efeitos colaterais, dado o caráter assistencialista desse tipo de instituição. A saída encontrada foi criar um espaço que não fosse assistencialista nem gratuito, mas que fosse acessível para o público em dificuldade financeira, com baixa renda e/ou numa situação de vulnerabilidade. “Então decidimos que a melhor maneira seria criar um espaço num modo de empresa social, cobrando um valor simbólico ou dentro da realidade financeira do paciente”, explica Madalena.

Em janeiro do ano passado, então, foi lançada a plataforma Psi Social (psisocial.com), que hoje faz a ponte entre o grupo de profissionais que destina horários sociais em seu consultório e os pacientes que só conseguem acessar o tratamento através de um âmbito social, de uma clínica social. O preço das consultas, inclusive, é definido entre os próprios pacientes e o terapeuta.

Serviço

Psi Social
O que é: uma empresa social que democrativa o acesso ao atendimento psicanalítico e psicológico através de uma plataforma digital.
Como funciona: a plataforma faz a ponte entre os profissionais que oferecem horários de atendimento social em seus consultórios e os pacientes que necessitam dessa atenção. Os valores da sessão de tratamento, inclusive, são definidos entre o próprio terapeuta e o paciente.
Tipos de atendimento: São ofertados atendimento presencial, online e até mesmo homecare. Para mais detalhes, confira a lista de profissionais no site do Psi Social
Site: www.psisocial.com
Facebook: @PsiSocialOficial