Com a entrada do ano, muitos sentem a necessidade de renovar as energias e desapegar de roupas e itens velhos dentro de casa, porém essa tarefa pode ser um desafio para algumas pessoas com algum desequilíbrio emocional ou dificuldades em desapegar. Essa barreira transforma indivíduos em acumuladores e, em casos específicos, é necessário o auxílio de um profissional para lidar com o apego extremo a pertences e lembranças.

A coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Pitágoras Unopar, professora Giuliana Carmo Temple, afirma que é preciso ter paciência e força de vontade para entrar no processo de se livrar de peças que estão no armário há muito tempo e objetos que não são mais usados. “Acumular objetos e roupas não é normal e pode ser caracterizado como um transtorno psíquico que requer atenção e necessita de apoio de especialistas e do próprio paciente para ser solucionado”, alerta a especialista.

Há várias formas de identificar quando a dificuldade no desapego representa um problema mais sério. “Um objeto que está guardado a mais de dois no seu armário e você não utiliza é um forte candidato a doação, claro que isso não vale para as roupas de inverno que são menos utilizadas principalmente na nossa região”, aponta a docente. “Um sinal característico de que isso é um transtorno é quando você tem dificuldade de se desfazer dessas peças, fica pensativo, sugeri várias hipóteses de uso que não vão acontecer, quando isso ocorre a situação precisa ser avaliada”, pontua.

Para conseguir aumentar a organização, o ideal é separar as coisas que podem ser doadas ou não em categorias. Segundo a indicação da professora, nessa etapa, é importante fazer um autoquestionamento quanto à utilidade dos pertencentes. “Analise cada caso, em peças do vestuário se autoquestione com perguntas como: essa peça ainda combina comigo? Eu a compraria novamente?”, pontua Giuliana.

A professora ressalta, ainda, que as doações não precisam ser feitas todas de uma só vez e que cada indivíduo toma o seu tempo para autoavaliação. Quanto mais questionamentos objetivos forem feitos, mais fácil vai ser o desapego. “Esse é um exercício de libertação e pode ser repetido a cada semestre para que a pessoa se adapte a ideia de se desfazer daquilo que não tem mais serventia em sua vida”, afirma.

“O que não pode acontecer é esperar que esses produtos estraguem para se desfazer deles. Existente muitas entidades que necessitam desses objetos para manter seus trabalhos voluntários, portanto doar faz bem”, conclui.