Renda obtida na barraca ajuda a manter as famílias (Franklin de Freitas)

Uma das mais tradicionais atrações do Natal de Curitiba, a Feira Especial da Praça Osório acontece até o próximo dia 23 no Centro da capital paranaense, trazendo produtos artesanais de decoração, presentes natalinos, presépios, guirlandas, lembranças turísticas e opções gastronômicas. E em meio a todas as estandes, uma se destaca por seu propósito. Localizada na altura e de costas para a Universidade Positivo, a barraca vende artesanatos feitos por mulheres que são mães e avós de pessoas especiais, com autismo ou paralisia, por exemplo.

Segundo Terezinha Almeida da Cruz, de 71 anos, tudo teve início 14 anos atrás, quando a Fundação de Ação Social (FAS) começou a ofertar cursos e até a fornecer material para essas mães começarem a produzir. Na época, conta ela, muitas mulheres passavam horas e horas com seus familiares no Centro-Dia Amigo Curitibano, no bairro Boqueirão, que atende jovens e adultos com deficiência. Com as atividades propostas pelo município, poderiam não só ter uma distração, mas também encontrar uma forma de complementar a renda familiar com a arte.

“Eu levava meu neto para a fisioterapia e as mães não tinham o que fazer enquanto os filhos eram atendidos. Aí a Prefeitura chamou a gente para fazer o projeto. Enquanto eles recebiam atendimento, faziam terapia, a gente fazia os cursos”, comenta Helena Castilho, outra participante do projeto. “A gente começou a fazer, fomos pegando experiência, prática, o grupo foi aumentando e depois começamos a participar de feiras”, complementa Terezinha.

A Feira Especial da Praça Osório acontece até o próximo dia 23. Até lá a barraca com os artesanatos produzidos por mães e avós de crianças e adultos especiais seguirá atendendo ao público, funcionando em dias de semana das nove e meia da manhã até às nove da noite (21h) e funcionando aos finais de semana até oito da noite (20h). Nos domingos, também é possível encontrar algumas dessas artesãs na Feira do Largo da Ordem.

Hoje são sete as mulheres se revezando no local
O grupo já chegou a ter cerca de 14 pessoas, relata ainda Helena, mas hoje são sete mulheres vendendo seus produtos na barraca da Praça Osório e se revezando no local durante o dia. Ao logo dos anos, muitas mulheres foram obrigadas a largar o artesanato para se dedicarem integralmente aos seus filhos e parentes especiais, enquanto outras tantas começaram a trabalhar sozinhas, participando de outras feiras pela cidade.

“O dinheiro que arrecadamos com as vendas é para geração de renda própria. Ajuda para que possamos cobrir nos custos, complementar a renda familiar, porque muitas mães não conseguem trabalhar fora de casa, estão sempre dedicadas aos seus filhos. Então aqui é uma forma de complementar a renda”, destaca Terezinha.