Franklin de Freitas – Jovens engajadas em movimento u201cMais Leitura

No que depender de um grupo de jovens escritores de Curitiba, não vai ser só na fonética que os termos “poesia” e “democracia” irão rimar. Formado por cinco jovens poetisas e um poeta haitiano, o Movimento “Mais Leitura, Menos Preconceito” tem como proposta democratizar a arte em verso e também denunciar os mais graves problemas sociais que acometem o país através de uma poesia ativista.
De acordo com o haitiano Reginald Elysee, de 29 anos e conhecido no meio literário como Rei Seely, o movimento é uma frente literária criada em busca de solidariedade para com os imigrantes e cujo intuito é mostrar também que jovens podem fazer versos de dar inveja em gente grande. Além dele, participam do movimento as poetisas Julia Raiz do Nascimento, de 26 anos; Jaqueline Mancebo, 21; Geovana Gondra, 18; Eleonora Avello, 17; e Ana Karoline Martins, 16.
“Jovem faz literatura também, e boa literatura. Leio a obra de pessoas  reconhecidas, que até já ganharam prêmio Jabuti, e depois leio o que escrevem os jovens escritores… Eles fazem uma poesia que tem sentido, uma literatura tão boa quanto a produzida por muitos adultos. E queremos mostrar isso aos curitibanos”, afirma Elysee.
Mas nada de poemas românticos, amorosos. A pegada aqui é mais social, política. Uma poesia ativista, na qual a empatia para com o próximo, a capacidade de olhar o mundo através dos olhos do outro é algo fundamental.
“Poesia é uma forma de resistência para gritar, para vomitar o que é ruim de dentro de nós. Fazemos poemas abstratos e tentamos criar uma poesia forte, que fale algo”, comenta Geovana. “Queremos mostrar a poesia como algo democrático, onde todos podem se expressar. Falamos sobre feminismo, pessoas em situação de vulnerabilidade… Uma poesia ativista”, complementa Jaqueline.
O primeiro livro do grupo, intitulado “Cobra”, já está pronto. Agora, os jovens escritores procuram patrocinadores para poderem lançar a obra (e também cogitam criar um projeto de financiamento coletivo). Estimam precisar de algo entre R$ 3 mil e R$ 4 mil para imprimir os livros, que serão vendidos por cerca de R$ 30. 
“Queremos lançar o livro até outubro e pretendemos vender de 500 a mil exemplares. Com o dinheiro, vamos ajudar famílias carentes de imigrantes, fornecendo três meses de cesta básica”, conta o Rei Selly.
Para celebrar o lançamento do primeiro livro do “Mais Leitura, Menos Preconceito”, Rei Seely conta que pretende realizar uma noite especial em algum teatro de Curitiba. A ideia é convidar imigrantes que moram na cidade para uma noite recheada de poesia e música, com a presença especial de uma orquestra sinfônica. 

SERVIÇO
Movimento Mais Leitura, Menos Preconceito

O que é: um coletivo de jovens poetas e poetizas que procuram democratizar a poesia, mostrando que a arte em versos é para todos. Além disso, também realizam um trabalho de crítica social em seus textos, que eles mesmos definem como “poesia ativista”
Quem participa: O poeta haitiano Reginald Elysee e as poetisas Julia Raiz do Nascimento, Jaqueline Mancebo, Geovana Gondra, Eleonora Avello e Ana Karoline Martins.
Primeiro livro: O grupo planeja lançar até outubro o primeiro livro, intitulado “Cobra”. Para isso, procuram patrocinadores e também cogitam realizar uma campanha de financiamento coletivo a fim de juntar os R$ 4 mil necessários para a impressão de pelo menos 500 exemplares
Ação social: Com o dinheiro arrecadado a partir das vendas dos livros (que serão comercializadas por cerca de R$ 30), o movimento irá ajudar famílias carentes de imigrantes, fornecendo três meses de cesta básica.
Como ajudar: Quem quiser apoiar a causa pode entrar em contato com o grupo através do e-mail [email protected]