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ONG prepara o 6º Natal de Rua em Curitiba; saiba como ajudar

Mãos Invisíveis promove almoço natalino para população em situação de rua com comida típica da data

Redação Bem Paraná com assessoria
natal

(divulgação)

Garantir um Natal digno para a população em situação de rua e famílias em extrema vulnerabilidade. Neste ano, a ONG Mãos Invisíveis pretende atender 600 pessoas. A entidade irá assar cerca de 60 chesters. Toda a ceia é preparada pelos voluntários, com ingredientes adquiridos por meio de doações. Tendas serão montadas para servir os convidados à sombra, com música, brinquedos, pintura de rosto, kits de higiene, panetones e chocotones.

A instituição realizou a primeira festa de Natal em 2018, na ceia do dia 24 de dezembro. “A partir de então a ação sempre foi no almoço do dia 25, com música, arte, comida natalina com chester, farofa, refrigerante, sobremesa, chocotone, brinquedos”, conta a historiadora Vanessa Lima, fundadora da organização.

Ao contrário do que acontece normalmente em ações de distribuição de comida para esse público, o Natal de Rua não utiliza marmitex prontos. “Levamos tudo nas panelas, pra que o privilégio da escolha possa ser exercido como em um Natal de família: a pessoa serve-se do que quer comer, na quantidade e do que jeito que quiser”, explica Vanessa.

Trajetória

Além de historiadora, Vanessa deu aulas de artes para educação infantil por muito tempo e também começou a fazer trabalho voluntário com crianças, no contraturno da escola em que trabalhava. Em 2018, ela decidiu passar o Natal na rua e começou uma busca por organizações que trabalhassem com essa população. “Nesse processo, eu não consegui encontrar nada que me ‘vestisse’. Me deparei com organizações que faziam uma exposição absurda da vulnerabilidade do outro, ou que faziam apenas uma entrega de comida automática, sem ter nada alem disso pra oferecer ou lutar”, conta.

Até que se deparou com o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), cujos integrantes têm algum histórico de trajetória na rua. Ali, Vanessa descobriu uma vocação e entendeu exatamente o que eu queria fazer. “Passamos – eu, meu ex-marido e meus filhos – por um mês, ou um pouco mais, indo todos os dias (todos mesmo) para a rua. Escutando, conversando, aprendendo. Aí a gente primeiro se desmonta, né? Eu sempre digo que o primeiro monstro que eu tive que matar era eu mesma, com tudo que tinha sido construído sobre essa população dentro da minha formação enquanto pessoa. Planejei uma metodologia para estar sempre no mesmo horário, mesmo local e da mesma forma, com vários detalhes que servem tanto pra criar vínculo com a pessoa em situação de rua e falar sobre direitos, quanto para educar voluntários e pessoas interessadas na pauta”.

Assim, ainda no início de 2018, nasceu um evento chamado “Café Pretexto”, na praça Generoso Marques. Todo domingo, até hoje, a ONG atende cerca de 300 pessoas distribuindo lanche como um pretexto para aproximação com a população atendida. São oferecidas diversas opções, para representar o privilégio da escolha. “Fazemos o café que a gente toma em casa e estamos ali: ouvindo demandas, fazendo encaminhamentos”, conta. No mesmo ano veio o primeiro Natal, que teve uma sequência e é realizado anualmente desde então.

Serviço: