O clima voltou a esquentar na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curitiba. Os vereadores aprovaram proposta da prefeitura de crédito orçamentário que destina R$ 6,3 milhões à reforma do edifício que abrigará o Cine Passeio – espaço a ser administrado pela Fundação Cultural de Curitiba, em prédio antes ocupado pelo exército brasileiro na rua Riachuelo. Mas vários parlamentares criticaram a iniciativa, alegando que os recursos seriam melhor investidos em áreas essenciais, como saúde e educação. “A prefeitura precisa voltar a investir no básico, pois não adianta ir ao cinema se tiver que pegar ônibus caminhando no barro”, reclamou o vereador Rogério Campos (PSC). “Se está faltando captopril (remédio para pressão) na unidade de saúde do meu bairro, para a população, não posso concordar com esses recursos para um cinema”, acrescentou Chico do Uberaba (PMN).
Outros vereadores defenderam a proposta argumentado que investimentos na área da cultura são importantes para a cidade e não podem deixar de ser feitos. “Eu sou de origem humilde, de uma casa em que nós comíamos arroz, feijão e ovo, mais uma ‘mistura’ quando dava. A cultura é essa mistura que não pode faltar”, disse o líder do prefeito, Pedro Paulo (PT). “Vamos resolver todos os problemas de Curitiba extinguindo a FCC? Lógico que não. Até porque todas as visões mais modernas da educação colocam a cultura como algo imprescindível”, defendeu Jonny Stica (PT).