O audiolivro Clube da Comédia Stand-Up, que acaba de ser lançado pela editora Nossa Cultura, reproduz em CD, na íntegra, shows dos humoristas Marcelo Mansfield, Diogo Portugal, Marcela Leal, Oscar Filho e Rafinha Bastos, que fazem sucesso em São Paulo há mais de um ano. Eles são especialistas em revelar o lado cômico do dia-a-dia – da bula do remédio à sessão de psicanálise, passando por cerimônias de casamento, gatas no cio miando no telhado e aulas na academia.


O grupo adota o gênero da “stand-up comedy”, que faz sucesso nos Estados Unidos há décadas e possui regras rígidas: os humoristas devem dispensar as piadas prontas e escrever seus próprios textos, apresentando-se sem a ajuda de maquiagem, figurino, efeitos visuais ou trilha sonora. É o chamado humor de cara limpa: só o comediante, seu microfone e a platéia. E


ssas características transformam o audiolivro no melhor formato para reproduzir o humor da “stand-up comedy”: ninguém precisa ver o espetáculo para se divertir com ele, basta ouvi-lo.


O novo audiolivro da Nossa Cultura possui nove faixas. Além de divertir o ouvinte com os seus próprios comentários ferinos, Marcelo Mansfield faz as vezes de mestre de cerimônia e apresenta os outros humoristas, que fazem shows individuais que duram de dez a quinze minutos. No total, o Clube da Comédia Stand-Up oferece mais de uma hora de bom humor.


Inspiração norte-americana


Resultado da combinação de vários gêneros de entretenimento popular do século 19 nos Estados Unidos, como o “vaudeville”, o teatro iídiche e até espetáculos circenses, a “stand-up comedy” é um dos maiores desafios para os humoristas. Mais do que em outros gêneros, a platéia exerce um papel fundamental. Se ela não gostar do tipo de humor apresentado, o espetáculo pode ser um fracasso. Por isso, o humorista precisa estar atento e se adaptar rapidamente às reações do público.


Na década de 1970, a “stand-up comedy” explodiu nos Estados Unidos e muitas celebridades revelaram seus talentos cômicos sozinhas no palco, entre elas Whoopy Goldberg, Steve Martin, Eddy Murply, Ellen De Generis e Jerry Seinfeld. No Brasil, o gênero nunca atraiu muitos autores. José Vasconcellos, Renato Côrte-Real, Chico Anysio e Jô Soares foram alguns dos poucos que se aventuraram.


Foi exatamente para popularizar o gênero que os integrantes do Clube da Comédia decidiram criá-lo. Experiência para isso não falta. Marcelo Mansfield, que iniciou sua carreira nos Estados Unidos e já participou de dezenas de filmes, peças teatrais, novelas, programas infantis e especiais de TV, era um dos principais atores do espetáculo “Terça Insana”, sucesso em São Paulo há cinco anos. Marcela Leal e Rafinha Bastos também passaram pelo “Terça Insana” e, com Mansfield, fizeram o espetáculo “Mondo Cane”. Já Oscar Filho foi indicado a melhor ator no prêmio Coca-Cola Femsa de Teatro 2004 e Diogo Portugal obteve o terceiro lugar no prêmio Multishow do Humor Brasileiro e foi finalista do concurso de humoristas promovido pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo.