O autor Ziraldo será homenageado na 18ª edição do Salão Carioca de Humor. O evento premia novos talentos nas categorias de Charge, Cartum, Caricatura e Quadrinhos. A festa de premiação acontece na próxima terça-feira, dia 6 de março. Para comemorar os 75 anos de Ziraldo, a Secretaria Estadual da Cultura resolveu homenagear o escritor com a exposição Jubileu de Ziraldo – 75 anos de um Menino Feliz, que será inaugurada em 7 de março e fica aberta ao público até 16 de abril no Centro Cultural dos Correios.

Em um espaço de 1000 m², 394 obras que contam a trajetória de sucesso do mineiro de Caratinga são divididas em cinco importantes partes para os visitantes viajarem através da história desse artista brasileiro. Tudo começa com Ziraldo Histórico, com os primeiros desenhos que autor fez, ainda criança, seu início de carreira na Folha de Minas e Revista Cruzeiro, até a criação do seu personagem Pererê, que iniciou essa fase de características brasileiras, traços inconfundíveis de Ziraldo como mãos grandes e pés em forma de blocos.

Na parte de Personagens, o destaque da exposição são as grandes criações do artista, como o Jeremias, O Bom, Mineirinho – o Comequieto, e outros heróis. O grande destaque dessa parte destinada aos personagens são as charges inéditas de Jeremias, O Bom, que criticavam a ditadura e não foram publicadas na primeira edição do livro, lançada em 1969. A segunda edição do livro foi lançada em janeiro deste ano e brasileiros de todas as idades poderão conhecer as aventuras completas de Jeremias, O Bom com todo o material que não foi publicado na primeira edição, além de charges inéditas.

Se a exposição é de Ziraldo, não poderiam faltar todos os trabalhos de literatura infantil do autor, carinhosamente apresentados na ala Infantil, com todos os meninos do autor: O Menino Maluquinho, Menino Marrom, Menino da Lua e o Menino Quadradinho. Além disso, uma sala de leitura está à disposição das crianças e monitores dos correios cuidam da parte de recreação. 

Ziraldo Político é a parte que reúne as várias charges e caricatura de políticos do autor. Um destaque é a época que Ziraldo trabalhou, junto com outros humoristas, no lendário O Pasquim, jornal não-conformista criado no período de ditadura no país. Os grandes pôsteres, cartazes de cinema e teatro ganham destaque na ala Artista Gráfico, na época que Ziraldo fez vários trabalhos publicitários. A paixão do autor por astronautas, cangurus e elefantes é mostrada através dos diversos desenhos que ele fez apenas para registrar a beleza que via nessas figuras.

Dois fatos interessantes finalizam a exposição: uma sala chamada Homenagem a Ziraldo – Um Artista Maluquinho, aonde os trabalhos feitos por artistas renomados como Miguel Paiva, Chico e Paulo Caruso, Aroeira e Angeli, estarão expostos para mostrar a admiração pelo autor. No pátio dos correios, estará a Ultima Ceia de Ziraldo, homenagem dos irmãos Caruso com a reprodução do mural do Canecão, feito por Ziraldo em 1967, inspirado na Santa Ceia, que traz seus personagens sentados à mesa. A reprodução possui 38 metros, exatamente como o original, que está coberto na parede da casa de shows no Rio.

Jubileu de Ziraldo – 75 anos de um Menino Feliz

De 7 de março a 16 de abril

Centro Cultural dos Correios

Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro

Rio de Janeiro

Sobre o autor

Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. Começou sua carreira nos anos 1950 em jornais e revistas de expressão, como Jornal do Brasil, O Cruzeiro, Folha de Minas etc. Além de pintor, é cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor. 

Em 1969 Ziraldo publicou o seu primeiro livro infantil, Flicts, que conquistou fãs em todo o mundo. A partir de 1979 concentrou-se na produção de livros para crianças, e, em 1980, lançou O Menino Maluquinho, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil, que já vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares. O livro já foi adaptado com grande sucesso para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, Internet e cinema.

Em 2005, Ziraldo lançou, para aqueles que leram O Menino Maluquinho na infância, seu primeiro livro adulto: O Aspite – Há um jeito pra tudo.