Acusado de matar o fiscal Fabrizzio, em 2017, é julgado por outro assassinato

Rodolfo Luis Kowalski

O Tribunal do Júri de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), está julgando nesta terça-feira (11 de maio) o réu Patrick Jurczyszyn Leandro, acusado de assassinar a tiros Marciano Adriano da Silva, em 6 de março de 2017. O julgamento está sendo transmitido pelo YouTube, através do canal “Tribunal do Júri TJPR”.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), o réu teria cometido o crime acompanhado de mais uma pessoa, em uma moto. Durante a noite, eles se dirigiram até a casa da vítima e a chamaram pelo nome. Quando Marciano se aproximava do portão da casa onde morava, foi alvo de pelo menos quatro disparos de arma de fogo, sendo atingido no abdômen, braço e também na região lombar.

Até hoje, não foi esclarecido o que teria motivado o assassinato. Uma hipótese, citada por um policial civil que testemunhou no julgamento, relata uma possível rixa envolvendo o tráfico de drogas, mas a esposa da vítima relatou aos jurados que seu marido não bebia ou fumava e que, em onze anos de relacionamento, nunca havia sequer desconfiado de um possível envolvimento do companheiro com o crime. Ela ainda relatou que outros boatos que surgiram na época apontavam um possível relacionamento de Marciano com a mulher de um traficante, enquanto o Ministério Público, em questionamentos à mulher, levantou ainda a possibilidade de uma confusão de identidades: o alvo do assassino seria uma outra pessoa também com o nome de Marciano, que moraria na mesma região e teria comprovado envolvimento com a criminalidade, enquanto o Marciano que foi morto nem passagem pela polícia tinha.

Patrick está envolvido no caso Fabrizzio, fiscal morto também em março de 2017 em Curitiba

Réu no julgamento de hoje, Patrick também está envolvido em um outro caso de homicídio que teve grande repercussão em Curitiba, em 2017. É o assassinato de Fabrizzio Machado da Silva, em 23 de março de 2017, em Curitiba.

Fabrizzio era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e na época em que foi morto a tiros (assim como Marciano) ajudava uma equipe do Fantástico a fazer uma reportagem sobre a raude de combustíveis em Paraná, São Paulo e Santa Catarina.

Segundo o Ministério Público, donos de postos de combustíveis teriam contratado o assassino para matar Fabrizzio como uma forma de vingança devido às investigações que ele fazia. Patrick, por sua vez, teria recebido cerca de R$ 20 mil para cometer o crime.

O caso de Marciano, inclusive, só foi relacionado com Patrick após as investigações do caso Fabrizzio caminharem, conforme relatou um policial civil durante o julgamento de hoje. É que uma testemunha ligada ao suspeito relatou aos investigadores, durante as investigações do homicídio do presidente da ABCFC, que Patrick também teria cometido outro assassinato naquele mês.

No dia 11 de março daquele ano (2017), inclusive, Patrick chegou a ser preso por porte ilegal de arma em Fazenda Rio Grande. Ele teria assassinado Marciano cinco dias antes e doze dias depois matou Fabrizzio. Na época, porém, não se sabia do envolvimento dele em um homicídio e no planejamento (e posterior execução) de outro. Dessa forma, pagou uma fiança e foi liberado na sequência.