Aprovado em 2012 em um concurso público, Eron Chaves Oliveira, um dos condenados pelo assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos, 44 anos, se tornou servidor público neste ano e irá assumir o cargo de agente de trânsito do Departamento de Trânsito (Detran-DF).
Eron aparece em uma lista de 27 nomes de pessoas que se declararam deficientes, conforme publicação no Diário Oficial do Distrito Federal, de 23 de maio deste ano. Segundo o portal Câmara em Pauta, assessoria de imprensa do Detran informou apenas que Eron já foi nomeado e faz parte do quadro e, apesar de a legislação prever o acesso à informação, o departamento não detalhou qual a deficiência do funcionário.
O edital do concurso, feito pela Fundação Universal, prevê remuneração de R$ 5.485,24, segundo o site Africas. Cem vagas foram abertas para a carreira de policiamento e fiscalização de trânsito, sendo que 20% foram destinadas para pessoas com alguma necessidade especial, conforme prevê a Lei nº 160/1991. No total, 19.547 candidatos se inscreveram, o equivalente a 195 concorrentes por posto ofertado.
Eron Chaves de Oliveira foi condenado junto com Max Rogério Alves, Antônio Novély Vilanova e Tomás Oliveira de Almeida a 14 anos de prisão em 2001. Eles eram acusados de homicídio triplamente qualificado por atearem fogo no índio pataxó Galdino Jesus dos Santos em 1997.
Apesar de terem sido condenados, os cinco acusados (tinha ainda um jovem que na época tinha 17 anos) possuem uma ficha sem antecedentes criminais porque já cumpriram a pena e o artigo 202 da Lei de Execuções Penais diz que após cumprida ou extinta a pena não haverá na folha corrida atestados ou certidões com qualquer notícia ou referência à condenação.