Gil Rugai foi condenado , a 33 anos e nove meses de prisão nesta sexta-feira (22) pelas mortes do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, em São Paulo no dia 28 de março de 2004. O julgamento durou uma semana e a sentença foi proferida pelo juiz Adilson Paukoski Simoni.

Segundo o promotor do caso, Rogério Zagallo, a condenação é merecida, justa e adequada. Foi feita justiça”. Quatro jurados votaram pela condenação por duplo homicídio e um pela absolvição (votos param de ser lidos quando já há maioria). Já o agravante de motivo torpe (supostamente por ter sido demitido da empresa do pai após desfalques) ficou em quatro a três.

“O réu tem uma personalidade extremamente dissimulada e perigosa”, disse o juiz durante a leitura da sentença.

Inicialmente a pena deve ser cumprida em regime fechado por serem considerados crimes hediondos, porém, ele poderá recorrer em liberdade.

Pela morte do pai, Gil Rugai foi condenado a 18 anos e nove meses de prisão; já pelo homicídio da madrasta, foram 15 anos de reclusão.

O plenário esteve lotado enquanto o juiz proferia a sentença, com uma câmera transmitindo tudo ao vivo para todas as emissoras do país.

Logo após o Conselho de Sentença decidir sobre o caso, o promotor e o assistente de acusação, Ubirajara Mangini, saíram da sala, se abraçaram e comemoraram a condenação. Já a mãe do réu, Maristela Grego, e o irmão, Léo Rugai, que foi testemunha de defesa durante o julgamento que durou uma semana, deixaram o plenário chorando junto ao advogado Thiago Anastácio.

Durante a fase de debates, que antecede a decisão do Conselho de Sentença, o promotor Rogério Zagallo descreveu Gil Rugai como uma pessoa agressiva e de personalidade dupla, a ponto de beirar a psicopatia. Já a defesa tentou dissociar a imagem do réu à da estudante Suzane Von Richthofen. “O caso Richthofen não é o caso do Gil”, disse o advogado Thiago Anastácio.

Na quinta-feira (21), o réu foi interrogado por cerca de quatro horas e meia e negou que esteve na casa do pai no fim de semana do crime, ou que estava brigado com o empresário na época das mortes. Contudo, admitiu gostar que gosta de munições e que chegou a fazer um curso de tiro, cuja arma usada foi uma pistola 380, mesmo modelo usado nos assassinatos.Ele também não confirmou que teria desfalcado a empresa do pai, principal motivo apontado pela acusação para os assassinatos, e o contador da empresa de Luiz Rugai, Edson Tadeu de Moura, depôs na quarta-feira (20), e também disse não ter como comprovar supostos desvios feitos pelo réu na empresa do pai. 

Já o irmão de Gil Rugai, Léo Rugai, disse em depoimento não saber se havia ocorrido alguma briga entre o pai e o irmão próximo à data do crime, e afirmou que  “era bastante comum” o irmão ser demitido e readmitido pelo pai. Segundo ele, Gil é inocente.