Justiça autoriza criança a mudar para gênero feminino e trocar de nome

Segundo médicos, criança teria transtorno de identidade sexual na infância

Redação Bem Paraná com G1

A família de um menino de 9 anos que nasceu com anatomia física contrária à identidade sexual psíquica conseguiu na Justiça autorização para a mudança de nome e de gênero da criança. A decisão é do juiz Anderson Candiotto, da 3ª Vara da Comarca de Sorriso, no Mato Grosso. Segundo ele, a criança se veste como menina e se porta como tal.

O processo tramita desde 2012, ano em que a família também conseguiu uma decisão liminar que possibilitou a criança a usar uniforme feminino e ser tratada como uma menina na escola.

Antes de ingressar com a ação, a família encaminhou o garoto para o Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Após anos acompanhando a criança, os médicos o diagnosticaram com transtorno de identidade sexual na infância.

Para tomar a decisão, o juiz também levou em conta os trabalhos feitos na Comarca, como uma oitiva para verificar o comportamento dela com acompanhamento de uma psicóloga judicial. A família, inclusive, já chamava a criança por outro nome de menina há pelo menos três anos.

Em sua decisão, o juiz escreveu que a A sentença foi dada para garantir que a criança, assim como ela se vê na sua individualidade e na sua orientação feminina, ela seja respeitada e tratada da forma como é, pois, todas às vezes em que ela fosse se apresentar oficialmente com documento, sofreria discriminação e até rejeição. Seria uma pessoa totalmente feminina com nome masculino, o que sempre geraria constrangimento à ela”.

Como o processo corre em sigilo, o nome da família não foi divulgado. A Justiça, no entanto, destacou que os pais são os grandes heróis da história, pois ao invés de fugir do preconceito preferiram lutar pela felicidade da criança, que já sabe da sentença e está se sentindo realizada”.