OAS deve denunciar ministros do STJ e Lava Jato começa a avançar contra o Judiciário

Redação Bem Paraná

As negociações de delação premiada da OAS com procuradores da Lava jato revelam que membros do Poder Judiciário podem começar a aparecer com mais frequência nos escândalos de corrupção daqui para frente. Os próximos a serem denunciados, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, seriam os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, atual vice-presidente da corte, e Benedito Gonçalves.

Segundo a publicação, os dois seriam beneficiários de recursos em troca de atuação favorável à empreiteira no tribunal. Assim, caso a negociação prospere, a OAS seria a primeira empresa a abrir uma frente de investigação com foco no Judiciário.

Martins teria aparecido nos relatos de delatores como tendo recebido dinheiro por meio de seu filho, Eduardo Filipe, que é advogado, tem escritório em Brasília, atua em causas junto ao STJ e também teria se beneficiado dos ilícitos.

O vice-presidente do STJ, porém, afirma não ter “relacionamento pessoal ou profissional” com funcionários da empreiteira, bem como seu filho nega ter advogado para a empresa ou manter relacionamento com seus funcionários.

Gonçalves, por sua vez, teria aparecido em um relatório da Polícia Federal (PF) por conta de sua proximidade com Léo Pinheiro, sócio da OAS e que está preso em Curitiba. A relação entre os dois, inclusive, é foco de uma investigação sigilosa no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Além dos dois, quem poderia ser envolvido nas delações é Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do Rio que está em prisão domiciliar. Advogada, ela também teria atuado junto ao Judiciário para favorecer a empreiteira.

A expectativa de procuradores da Lava Jato, inclusive, é de que as revelações da OAS “incentivem” a Odebrecht a abrir o jogo sobre suas relações com a Justiça. Por enquanto, a empreiteira tem se recusado a tratar do assunto, o que poderia mudar diante dos fatos trazidos à tona por Léo Pinheiro e companhia.