O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta sexta-feira (3), segundo dia do julgamento do mensalão, a condenação e a prisão imediata de 36 dos 38 réus e pediu a absolvição dos réus Luiz Gushiken, ex-secretário de Comunicação do governo, e Antônio Lamas, ex-assessor da liderança do PL (hoje PR) na Câmara por falta de provas.

Em vários momentos de sua sustentação, Gurgel afirmou que o ex-ministro José Dirceu foi o protagonista e idealizador do esquema de corrupção. Sobre a suposta falta de provas contra Dirceu, tese sustentada pela defesa do ex-ministro, Gurgel alega que, “assim como um chefe de quadrilha”, Dirceu não aparece com frequência durante os acordos do esquema.

Para tentar convencer os ministros de que Dirceu centralizou o esquema, Gurgel afirmou que, em seu depoimento, o réu Valdemar Costa Neto, na época líder do PR disse que os encontros para tratar do mensalão ocorreram sempre na residência de Dirceu. Ele citou também o depoimento do Marcos Valério, no qual ele teria dito que “Dirceu sabia das operações feitas para financiar os acordos políticos” e que “nada, absolutamente nada, acontecia sem a prévia autorização de Dirceu.”

Integrantes da cúpula do PT avaliam que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não conseguiu em sua exposição no STF (Supremo Tribunal Federal) apresentar provas da existência do mensalão. No Facebook, diversas imagens ironizam o sarau do Gurgel” (veja aqui). Vale ressaltar que as ironizações foram feitas pela esquerda.

Após quase cinco horas de exposição, Gurgel afirmou, já no final, ter sido alvo de um onda de ataques por conta do julgamento. Jamais enfrentei nada sequer comparável à onda de ataque a partir do momento que aleguei acusações finais, disse. 

O desabafo de Gurgel é em resposta às críticas que recebeu por não ter acionado o Supremo após receber as conclusões da Operação Vegas, da Polícia Federal, em 2009, que investigava os negócios do Carlinhos Cachoeira e o envolvimento no esquema do então senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO).

Às 19h48, o presidente do Supremo, ministro Ayres Britto, suspendeu o julgamento, que será retomado na próxima segunda-feira (6) com as alegações das defesas dos réus.