O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a declarar a legalidade das cotas em universidades pĂºblicas em julgamento esta tarde. Desta vez, os ministros analisaram recurso de um estudante que nĂ£o foi aprovado no vestibular para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e que creditou o fato Ă  existĂªncia de cotas raciais na instituiĂ§Ă£o.

É a terceira vez que o STF analisa o assunto nas Ăºltimas semanas: os ministros jĂ¡ aprovaram o sistema usado no Programa Universidade para Todos (ProUni) e na Universidade de BrasĂ­lia (UnB). No julgamento de hoje (9), por um placar de 10 votos a 1, os ministros concluĂ­ram que as cotas tambĂ©m devem continuar na universidade gaĂºcha.

Na aĂ§Ă£o protocolada em 2010, o estudante Giovane Pasqualito Fialho alegou que, apesar de ter tirado nota superior Ă  de candidatos selecionados pelo sistema de cotas, nĂ£o foi aprovado no vestibular. A universidade destina 30% das 160 vagas a candidatos egressos de escola pĂºblica e a negros que tambĂ©m tenham estudado em escolas pĂºblicas (sendo 15% para cada), alĂ©m de dez vagas para candidatos indĂ­genas.

O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, votou pela legalidade das cotas lembrando os julgamentos anteriores. Para o ministro, cada universidade procura atender as metas estabelecidas na ConstituiĂ§Ă£o no que diz respeito ao atingimento de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidĂ¡ria.

O Ăºnico voto divergente foi do ministro Marco AurĂ©lio Mello. Uma coisa Ă© a busca do tratamento igualitĂ¡rio levando em conta a raça e o gĂªnero. Outra coisa Ă© fazer uma distinĂ§Ă£o pela escola de origem. Como o caso foi classificado pelos ministros na categoria de “repercussĂ£o geral”, a decisĂ£o valerĂ¡ para todos os processos semelhantes.