O baixista americano de jazz Charlie Haden morreu em Los Angeles nesta sexta-feira (11) aos 76 anos, em decorrência de uma “doença prolongada” que não foi especificada por sua gravadora, ECM. Nascido no Estado de Iowa, em 1937, ele cresceu numa família musical. Com 22 meses, já fazia parte do grupo Haden Family, no qual cantava com seus pais e irmãos no rádio.

A poliomielite prejudicou suas cordas vocais na adolescência, o que fez com que migrasse para o baixo. Haden alcançou a fama na década de 1950, como membro do quarteto do saxofonista Ornette Coleman. Mais tarde, ele seria peça-chave de outra famosa banda de jazz, a do pianista Keith Jarrett, nos anos 1970. Em 1969, Haden fundou com a compositora Carla Bley a Liberation Music Orchestra, grupo politicamente engajado de músicos que era marcado por uma sonoridade experimental. Entre as décadas de 1970 e 1980, ele gravou com o Old and New Dreams, quarteto em que voltou a colaborar com outros músicos que tocavam com Coleman.

Em 1987, formou com o saxofonista Earnie Watts, o pianista Alan Broadbent e o baterista Larance Marable o quarteto West, que atingiu sucesso comercial e crítico ao longo das duas décadas seguintes. Seu último disco, “Sophisticated Ladies”, saiu em 2010. A música do West se aproximava das trilhas sonoras dos filmes noir da década de 1940. No total, Haden gravou mais de 40 discos com suas bandas, além de ter participado de inúmeras outras gravações de músicos famosos, como Beck, John Coltrane, Ringo Starr e Yoko Ono. Ele ganhou três prêmios Grammy na carreira, em 1997, 2001 e 2004. Haden deixa a mulher, o filho, que também é músico, e as filhas trigêmeas. Uma delas, Petra Haden, foi membro do grupo indie The Decemberists.