A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que o apoio da revista britânica “The Economist” ao tucano Aécio Neves é uma “manifestação do sistema financeiro internacional”. O semanário publicou reportagem de capa favorável a Aécio e contra a reeleição da petista nesta quinta-feira (16).

Questionada em breve pronunciamento antes do debate, Dilma afirmou que “todo mundo sabe qual a filiação” da revista, “As revistas de todo o mundo, assim como as nacionais, têm todo o direito de tomar posição política e levá-la aí conhecimento dos seus leitores”, disse, em um hotel no centro de São Paulo. “Não vejo nenhuma… Agora sei qual é a filiação da ‘Economist’. Todo mundo sabe isso, ela é uma revista muito ligada ao sistema financeiro internacional”.

Indagada se a revista se posicionava a favor “da elite”, Dilma respondeu que “não diria isso”. “É uma manifestação do sistema financeiro internacional”, completou.

Agendada para as 15h30, a entrevista coletiva foi adiada por mais de uma hora e meia para que integrantes do humorístico CQC, da “Band”, não fizessem perguntas à presidente.

ARTIGO

Em artigo publicado nesta quinta (16), a revista britânica “The Economist” defendeu o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. “Neves merece vencer. Ele fez uma campanha persistente e provou que pode fazer suas políticas econômicas funcionarem”, disse a publicação.

Em 2012, a “Economist” já havia sido criticada pela presidente Dilma após a revista pedir a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No ano seguinte, a publicação voltou a fazer duras críticas ao PT e comparar Dilma à presidente argentina Cristina Kirchner –pelo que disse ser demasiada interferência na economia do país. Em artigo publicado antes do segundo turno das eleições de 2010, a revista defendia o então candidato do PSDB José Serra, dizendo que ele “seria um presidente melhor do que Dilma Rousseff”.

O artigo desta quinta, intitulado “Por que o Brasil precisa de mudança”, a revista volta a afirmar que a promessa de crescimento deixada pelo governo Lula deixou de ser cumprida. E diz que, após os protestos “era de se esperar que os brasileiros dispensassem Dilma já no primeiro turno”.