Depois da divulgação da lista de alvos de inquérito da Lava Jato e da divulgação dos vídeos com depoimentos de delatores Odebrecht (a chamada “Delação do Fim do Mundo”), deputados tentam acelerar a tramitação da reforma política na Câmara, que traria importantes mudanças ao sistema eleitoral brasileiro.

Hoje, são 39 os deputados e 24 os senadores alvos de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles é Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), presidente da comissão que discute a reforma política. Ele é acusado de receber R$ 1 milhão do departamento de propinas da Odebrecht para defender interesses da empreiteira no Congresso. Ele nega a acusação e ainda garante que a lista da Odebrecht ajudará a acelerar a tramitação da reforma na Casa:

“Quem aposta na lista de Fachin para não aprovar a reforma vai bater com a cara na parede. Ao contrário, o Congresso vai agilizar (a tramitação) para mostrar à sociedade que não está parado por questão da lista”, disse em entrevista ao portal UOL.

Outro envolvido é Vicente Cândido (PT-SP), relator da reforma e que também é alvo da investigação pela suspeita de ter recebido R$ 50 mil em troca de apoio para encontrar uma solução para o financiamento do estádio Itaquera, do Corinthians. Segundo ele, o momento atual “clama” por uma reforma política “de fôlego”.

Uma das propostas mais polêmicas do projeto é a proposta de lista fechada, no qual o eleitor vota em um conjunto de políticos, não em candidatos isolados, cabendo à direção de cada siga indicar quem assumirá as cadeiras. Vicente Cândido defende que a proposta tornaria as campanhas mais baratas, ao passo que os críticos alegam que o modelo aumentaria a chance de reeleição dos atuais parlamentares, inclusive os envolvidos na Lava Jato.