O Parlamento da Dinamarca aprovou ontem, por 81 votos a favor e 27 contra, um polêmico projeto de lei que permite a polícia confiscar dinheiro e objetos de valor de mais de US$ 1.500 dos refugiados requerentes de asilo para custear seus gastos com alimentação e moradia e limitar o reagrupamento familiar, enquanto cada caso é analisado.
Depois de mais de três horas de debate, o governo minoritário do Partido Liberal aprovou o projeto de lei com apoio da oposição, o partido Social Democrata e o populista Partido do Povo Dinamarquês, que é contra a imigração. Ambos são os dois maiores partidos do país. Apenas um legislador se absteve e outros 70 estavam ausentes.
Diversas alterações foram feitas no projeto, incluindo o aumento do valor dos itens que os requerentes de asilo podem manter, de US$ 440 para US$ 1.500. Isso leva em conformidade com as regras de bem-estar para os dinamarqueses, que podem receber benefícios sociais quando tiveram bens menores do que US$ 1.500.
A Dinamarca recebeu cerca de 20 mil requerentes de asilo no ano passado, enquanto a vizinha Alemanha recebeu 1,1 milhão e a Suécia 163 mil. Estamos falando de um verdadeiro êxodo, disse Martin Henriksen, porta-voz do Partido do Povo Dinamarquês, que é contra a imigração. Mais ainda precisa ser feito: nós precisamos de mais controles nas fronteiras. Precisamos de regras mais rígidas de imigração, acrescentou.
A Dinamarca não é o único país a tomar tal ação. Alguns estados alemães tem confiscado bens dos refugiados e a Suíça exige que os requerentes de asilo entreguem o valor em dinheiro que passar de US$ 996. O projeto foi parte de um conjunto de medidas que incluiu estender de um ano para três o período em que famílias devem esperar antes de programa para refugiados.