SÃO PAULO, SP – Um dos maiores nomes da história do Barcelona, o holandês Johan Cruyff, 67, criticou nesta terça-feira (4) a diretoria do clube catalão e disse estar com “pena de ver” o rumos tomados recentemente pelo time de Messi e Neymar.
A equipe dirigida por Luis Enrique ocupa apenas a quarta colocação do Campeonato Espanhol, a dois pontos do Real Madrid. Na Liga dos Campeões, é vice-líder do Grupo F, que tem o PSG como primeiro.
“Me dá pena ver o Barça assim. Com a Unicef [estampada no peito da camisa], era a joia do mundo. Todos queriam ver aquele time. Perdemos muito prestígio mundial”, disse Cruyff, em entrevista às rádios Catalunha e RAC1.
O holandês centrou a maior parte de suas críticas aos dois últimos mandatários do clube, Sandro Rosell e o atual, Josep Maria Bartomeu, com quem possui divergências políticas -Cruyff entregou o título de presidente honorário do Barcelona após a eleição de Rosell, em 2010.
“O Barcelona teve dois técnicos em nove anos [Rijkaard e Guardiola]. E agora, três em três [Vilanova, Martino e Luis Enrique]. Há mais coisas do que as pessoas veem. As pequenas coisas são as mais importantes e, nos últimos dois anos, não se trabalhou o suficiente. Para fazer a equipe funcionar, primeiro tem que saber o que funcionava antes para se dar conta do que não funciona mais.”
“Quase não tenho contato com a atual diretoria. O clube não está feliz com o que está acontecendo e não há razão para eu manter contato com eles”, completou o holandês, que admitiu que pode voltar a fazer parte da vida do time caso o ex-presidente Joan Laporta, mandatário entre 2003 e 2010, também retorne ao cargo.
A entrevista às rádios faz parte do lançamento do documentário “L’últim partit, 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya” (A última partida, 40 anos de Johan Cruyff na Catalunha, em tradução livre), que retrata a história construída pelo holandês em Barcelona.
O astro chegou à Espanha em 1973 e é considerado o introdutor do estilo “tiki-taka” no Barcelona. Entre 1988 e 1996, dirigiu a equipe que ficou conhecida como “Dream Team” e conquistou quatro títulos espanhóis consecutivos.