Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Cuca tratou de colocar panos quentes nas trocas de farpas com Abel Ferreira. O treinador do Atlético-MG afirmou que o comandante do Palmeiras tinha razão nas colocações que fez e reforçou que essas discussões são normais no futebol.

“O Abel, em muita coisa do que falou, tem razão. Quando ele falou que eu não consegui atacar as extremidades e deveria ter atacado mais por dentro, ele tem toda razão. Foi o que tentei com o Sasha e com o Nacho, mas nós não encontramos espaço. O Hulk chutou uma fora, e o Jair cabeceou outra. Foram poucas as situações que a gente criou, porque eles fecham bem e ainda têm a velocidade do contra-ataque, que, mesmo com um a menos, é perigoso”, iniciou Cuca ao rememorar a opinião de Abel sobre como o Atlético-MG poderia ter se saído melhor diante do Palmeiras.

Cuca explicou que essas alfinetadas fazem parte do futebol e que não vê problemas com Abel Ferreira e espera que o episódio seja superado.

“Vendo hoje é algo natural. Mas esses bate-bocas sem ofensas fazem parte do futebol. Não é por isso que você é inimigo de uma pessoa. Não tenho nenhum inimigo no futebol. Nenhum treinador inimigo. Nunca briguei com outro treinador, nem vou brigar com o Abel. Quando falei o que sentia, foi algo natural, sem ofensa a ninguém. Bola para frente”, finalizou Cuca.

TROCA DE FARPAS

Após a vitória do Palmeiras sobre o Atlético-MG nos pênaltis pelas quartas de final da Libertadores, Cuca apontou que o sistema defensivo, o qual chamou de “ferrolho”, montado pelo Palmeiras impossibilitou sua equipe de criar boas chances. Abel Ferreira foi questionado sobre a opinião do técnico atleticano, analisou o duelo e ponderou situações em que o adversário poderia ter se saído melhor por estar com mais jogadores em campo. O Palmeiras teve duas expulsões naquele jogo, de Danilo e Scarpa.

“O Cuca é um treinador experiente, com vários títulos na carreira. Quando ele assistir ao jogo, vai entender que ele tinha muitos jogadores por fora do nosso bloco, e você tem de colocar gente por dentro para atacar a nossa linha. Ele tinha os pontas por fora, os dois laterais abertos, os zagueiros por trás, mas poucos jogadores por dentro do nosso bloco. Por isso, foi mais fácil de controlar”, explicou Abel.

Questionado sobre o tema há uma semana, Cuca disse não ter ouvido a coletiva de Abel, mas alfinetou o treinador, seus lemas e outros detalhes do jogo que culminou com a terceira desclassificação seguida de Cuca para Abel na Libertadores. Em 2020, com o Santos, o treinador perdeu a final; no ano seguinte, caiu com o Atlético-MG nas semis; e em 2022 nas quartas de final.

“É mais fácil para o Abel pôr o Dudu e o Rony para correr e marcar. Quando você tem característica de outros jogadores, você não consegue fazer isso. Meu time não conseguiria fazer isso, porque não é reativo, ele é proativo, coisa que o Palmeiras geralmente não faz. Eles têm bola longa, marcação individualizada e jogam no teu erro após a roubada de bola. Não tem jogo saindo, jogando. Quando você está vencendo, tudo que você faz é perfeito, bonito e maravilhoso”, iniciou Cuca.

“Se você sai para o vestiário para ouvir música na hora dos pênaltis e ganha, vira moda. E se perde? Se você cai seis vezes no mesmo canto e ganha? É legal, lembra o Muralha o que aconteceu? E quando você tem dois jogadores expulsos? Não passa nada, porque ‘a cabeça é fria’. Mas não foram cabeça fria, poderiam ter quebrado algum jogador. Se a derrota vem para eles nesse jogo, vocês estavam cobrando as duas expulsões, as seis quedas do goleiro no mesmo canto, o treinador que não ficou para os pênaltis… Quando se ganha, tudo é perfeito. Parabéns para o Abel, para o Palmeiras, boa sorte. Pronto, falei”.