Vadecir Galor/SMCS

O Democratas pode ser o destino partidário do prefeito de Curitiba, Rafael Greca. O PMN – atual sigla do prefeito não atingiu o porcentual mínimo de votos para a Câmara Federal nas eleições de outubro, como exige a cláusula de barreira, e ficará sem recursos do fundo partidário e sem acesso à propoganda de rádio e TV, o que leva Greca a buscar uma sigla mais forte para seus planos futuros, que devem incluir a busca por um novo mandato na prefeitura em 2020. 

Antecedentes
Entre 1997 e 2003, Greca já foi do antigo PFL – sigla que mudou de nome para Democratas em 2007. Na época ele havia cumprido o primeiro mandato como prefeito da Capital paranaense e eleito deputado federal mais votado do Estado em 1998, acabou sendo nomeado ministro do Turismo do segundo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Deixou a sigla em 2002, depois que teve o sonho de disputar o governo do Estado barrado pelo então governador Jaime Lerner. 

Proximidade
No DEM, o prefeito curitibano garantiria proximidade com o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e uma ponte para atrair recursos federais para seus projetos na prefeitura. Além disso, o DEM também tende a integrar a base de apoio do governo Ratinho Júnior (PSD) no Estado, apesar da sigla ter apoiado a candidatura à reeleição da governadora Cida Borghetti (PP).

Assembleia
A semana deve ser novamente de alta temperatura na política da Capital. Os servidores públicos municipais de Curitiba fazem assembleia conjunta na próxima quinta-feira para discutir o novo pacote de medidas de ajuste fiscal proposto de Greca à Câmara de Vereadores. Na última quarta-feira, a categoria promoveu protesto na Câmara contra os projetos encaminhados pelo prefeito à Casa, que incluem reajuste salarial de 3% e a ampliação das contratações temporárias através de Processo Seletivo Simplificado (PSS). Na ocasião, os vereadores intermediaram uma reunião dos sindicatos do funcionalismo da Capital com representantes da prefeitura para a próxima quarta-feira. 

Dança das cadeiras
Na Assembleia Legislativa, o assunto da semana nos bastidores será a articulação para a eleição da nova Mesa Executiva da Casa, que acontece em fevereiro. O atual presidente, Ademar Traiano (PSDB), espera ter o apoio de Ratinho Jr para conquistar um novo mandato no comando da Casa. Para isso, conta com o fato de ter apoiado a candidatura do governador eleito, apesar do PSDB ter integrado oficialmente a coligação de Cida Borghetti. 

No páreo
O problema é que o PSL de Bolsonaro – que elegeu a maior bancada, com 8 deputados – liderada por Fernando Francischini, não pretende entregar a eleição de bandeija para o tucano. E outros nomes da Casa também estão no páreo, como o ex-líder do governo Beto Richa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB). Guto Silva, parlamentar mais próximo a Ratinho Jr que também é cotado tende a assumir a chefia da Casa Civil do governo. 

Transporte
A Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público de Campo Mourão (Centro-Ocidental paranaense, ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra a ex-prefeita (gestão 2013-2016), o ex-secretário da Fazenda e Administração (da mesma gestão) e a empresa responsável pelo transporte escolar no município.Uma comissão especial da Câmara atestou, em 2014, a má prestação dos serviços. Investigação do MP apontou prejuízo de R$ 200 mil só em 2013.  O contrato de licitação objeto da ação vigorou de 2011 até 2016.