GUILHERME SETO, ENVIADO ESPECIAL
MANAUS, AM (FOLHAPRESS) – Quando o meia Renato Augusto deixou o Corinthians e transferiu-se para o Beijing Goan, da China, no início de 2016, imediatamente surgiu a dúvida em relação à manutenção do nível técnico de seu futebol. Campeão olímpico e convocado pelo técnico Tite para a seleção brasileira depois de meses sem que quase nenhum brasileiro tenha acompanhado seu futebol, o jogador dissipou boa parte dessas dúvidas com atuações convincentes. Em campo, foi um dos protagonistas da vitória por 3 a 0 sobre o Equador na quinta-feira (1º), e se tornou uma das principais peças da equipe.
Segundo levantamento do site de estatísticas Footstats, o jogador foi o terceiro que mais passes deu no triunfo em Quito, atrás apenas de Neymar (64), do Barcelona, e Marcelo (63), do Real Madrid. Além dos 62 passes que deu, 57 deles certos, também foi o terceiro que mais desarmes deu, com três, atrás somente de Casemiro (seis) e Gabriel Jesus (quatro). Dessa forma, ele é o único com números de destaque tanto em critérios ofensivos como defensivos.
“Você tem que se adaptar ao futebol. Eu era um 10 clássico quando subi [para o profissional no Flamengo] e vi que isso estava acabando no futebol. Na Olimpíada, fiz uma função que nunca havia feito e respondi em alto nível, fiquei feliz com meu rendimento. Dependendo do que acontece no jogo, eu viro segundo volante, e o Paulinho vira meia. Se o lado estiver melhor para mim, eu viro meia. Talvez eu seja um polivalente, faço várias funções, posso ajudar e procuro sempre que posso chegar ao ataque”, disse o meia neste domingo (4).
Sobre a partida de estreia de Tite, Renato Augusto admitiu que nem ele esperava uma vitória por tamanha vantagem de gols.
“Falei para o Tite que achei que não daria tão certo nesse início porque é pouco tempo para trabalhar. Os jogadores entenderam o que ele queria, estavam dispostos a ajudar, cada um fez sua função da melhor maneira possível”.
O confronto contra a Colômbia traz à tona lembranças de momentos tensos entre Neymar e os adversários, como na Copa de 2014, na Copa América de 2015 e na Rio-2016.
“Neymar tem que jogar como jogou contra o Equador. Respeitando os jogadores, mas indo para dentro, driblando, buscando o gol, dando passe. É isso que esperamos dele, manter o que vem fazendo, não tem muito o que falar para ele”.
Conhecido pelo espírito de liderança, o meia ressalta que a seleção brasileira, como o Corinthians, tem diferentes figuras de influência.
“Dentro do grupo, temos vários tipos de líderes: o Miranda, o Dani, o próprio Neymar. Temos que parar de falar que esse cara tem que fazer tudo e dividir um pouco mais. Com o Tite, tivemos pelo menos cinco capitães no Corinthians, foi uma experiência boa, acho que aqui isso também pode acontecer, ter um grupo de líderes.”
Nesta terça-feira (6), a seleção brasileira recebe a Colômbia na Arena da Amazônia pelas eliminatórias da Copa de 2018. Atualmente, o Brasil ocupa a quinta colocação, com 15 pontos, enquanto a Colômbia está na terceira, com um ponto a mais.