Mesmo fora das ruas, a velocidade e a desaceleração do corpo podem ser fatais. Uma queda de altura, por exemplo. O que mata neste tipo de situação não é outra coisa senão a desaceleração, o corpo que pára abruptamente. Ocorre a mesma colisão dos órgãos na estrutura interna que provoca lesões de natureza muito grave, podendo matar.

“Quem cai de certa altura tem o rompimento da artéria aorta. Ela morre em virtude do choque hipovolêmico, quando há perda de sangue em virtude do trauma. O que leva oxigênio e o nutriente para o corpo é o sangue. Quando a pessoa perde este sangue, seja com hemorragia interna ou externamente, deixa de alimentar os órgãos e morre. Um terço das pessoas que sofrem queda morrem na hora, outro terço no primeiro minuto e o restante não chega viva ao hospital. Tudo por conta desta desaceleração do corpo”, finaliza o Major Ricardo Silva, subcomandante do 1º Grupamento do Corpo de Bombeiros.

No Brasil, as estatísticas ainda são pouco confiáveis, mas estimam-se que sejam mais de 35 mil mortes por ano nas ruas e rodovias, além dos mais de 500 mil traumatizados, dois quais 5% (ou 25.000) morrem em até 30 dias após o acidente. Pelas contas seriam — pelo menos — mais de 60.000 mortos/ano, número este absolutamente desprezado pelas autoridades e até pela sociedade que é vítima direta desse descaso.

O custo financeiro desse fenômeno mórbido, já estimado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atinge a assombrosa cifra de aproximadamente 30 bilhões anuais, distribuídas em perdas materiais, interrupção de atividades profissionais, custos médicos e de tratamento, seguros, indenizações, entre outros.

No domingo, além da missa na Catedral de Curitiba, outras atividades stão programadas em todo o País chamando pela paz no trânsito. Em cada cidade a organização será local. Serão cerca de 40 municípios envolvidos em algum tipo de atividade para marcar a data. No Rio de Janeiro, uma caminhada em Copacabana, em São Paulo, uma exposição no Mural da Memória, por exemplo. (FGS)