O faturamento mensal da indústria paranaense registrou crescimento de 2,8% na passagem de julho para agosto, mas ainda assim o setor enfrentou seu pior agosto em quatro anos, com queda de 13,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, aponta a sondagem Indicadores Conjunturais, divulgada nesta quinta-feira (2) pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

No resultado acumulado de janeiro a agosto, as vendas industriais apresentam desempenho negativo de 7,3%, o pior desde 2002, quando a economia global ainda sentia os efeitos dos atentados de 11 de setembro de 2001.

A Fiep aponta ainda haver acumulação de estoques, com as aquisições de insumo registrando queda de 1,85%. Além disso, os resultados acumulados no ano, por origem, mostram-se negativos para as compras no Paraná (-4,84%) e positivos nas de outros estados do país (+ 0,09%) e nas do exterior(+ 2,41%).

Por fim, os dados aponta ainda que a retração das receitas é dissemidada. Dos 18 segmentos industriais consultados pela Fiep, a maioria está faturando menos neste ano, sendo que em agosto 15 atividades venderam o mesmo que no mês do ano passado. Os piores resultados são os das indústrias de material eletrônico e de comunicações (-63,3%), metalurgia básica (-24,4%) e veículos (-20,2%). Por outro lado, os segmentos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+21%), edição e impressão (+9,6%) e minerais não metálicos (+5,6%) tiveram expansão.

Na visão do Departamento Econômico da Fiep, o fato de diversos segmentos apresentarem resultados negativos acumulados deixa transparecer que a redução das vendas deve prosseguir (sem se poder precisar a velocidade em que esta se dará).

Emprego

Se as receitas não vão bem, ao menos os indicadores de emprego estão mais estáveis. O número de empregados registrou queda de 1,1% entre julho e agosto, mas na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de apenas 0,01%.