As Transportadoras do Paraná, juntamente com a categoria em todo país, precisam de um reajuste imediato nos frentes de pelo menos 11%, para conseguir operar sem maiores prejuízos.  O índice foi estabelecido depois de um criterioso levantamento do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas (DECOPE) e da  Câmara Técnica de Tarifa e Comercialização (CTTC), órgãos da NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística.


Além das altas acumuladas dos insumos, contribuíram para este resultado, não apenas resíduos não repassados de reajustes anteriores, como também recentes atualizações técnicas na própria matriz de custos, ainda não incorporadas. Mas a situação tarifária do setor de transporte rodoviário de cargas se agravou por outros pontos, que envolvem desde as exigências dos embarcadores para o setor até a ineficiência do governo. Um bom exemplo é a péssima condição de conservação das rodovias, que atingiram seu pior nível em 2007 e estão gerando não apenas maiores custos por quilômetro rodado, como também redução sensível na produtividade dos veículos. Uma viagem que demorava 5 horas, na melhor das hipóteses leva 8, hoje.


A estas dificuldades somar-se a elevação do custo com gerenciamento de riscos, o agravamento dos custos administrativos com a enorme burocracia gerada pela “guerra fiscal” entre os Estados e a própria necessidade de melhorar o nível do serviço prestado aos clientes, num mercado cada vez mais exigente. Os clientes agora adotaram novos processos logísticos de entrega, envolvendo agendamento, separação e paletização de produtos, tripulação adicional etc. “Tudo isso têm gerado custos extras à operação”, lembra o presidente da Fetranspar e vice-presidente da NTC, representante da entidade no Paraná, Luiz Anselmo Trombini.


Segundo ele a situação chegou ao limite porque o Transporte Rodoviário de Cargas vem suportando, há muitos anos, notória defasagem nos fretes praticados. Porém Trombini lembra que no Paraná existe um agravante que certamente elevará ainda mais o custo do frete: a falta de logística e infra-estrutura. O pico do escoamento da safra começa agora, a partir de março. “Não há armazéns em número suficiente para estocar a produção e os caminhões acabam sendo usados como espaço de armazenagem, o encarece e muito o valor do transporte”, diz Trombini. Ele teme ainda um grande caos no escoamento da safra recorde que se espera. “Sem infra-estrutura, sem estradas, sem armazéns, sem silos, não há como esperar que o escoamento da safra aconteça de forma tranqüila”, reclama.