Depois de passar meses empacada, a Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Senado para investigar os repasses de recursos públicos para Organizações Não Governamentais (ONGs) começa agora a engrenar. As investigações devem afunilar para as fundações ligadas às universidades do país e trazer consequências para o Paraná, devido às denúncias que envolvem a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar).

Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB), que faz parte da comissão, o requerimento do senador catarinense João Raimundo Colombo (DEM) que pede a abertura das contas das maiores oito fundações do país deve ir para votação na reunião dessa semana. “A Funpar não faz parte dessa lista ainda, mas nada impede que seja incluída, já que há várias denúncias em relação aos seus contratos. Eu mesmo posso pedir ao senador que faça essa inclusão”, diz Alvaro. A Funpar é questionada pelos Tribunais de Contas devido às parcerias com o Governo do Estado, por meio da estatal Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE), para a contratação de funcionários.

Para o presidente da Funpar, Paulo Afonso Bracarense Costa, uma possível investigação  na CPI das ONGs não traria qualquer temor ou problema para a instituição. Segundo Costa, desde as últimas de denúncias sobre contratos irregulares de funcionários, a própria diretoria da fundação solicitou uma auditoria para que investigasse todos os contratos. “Nós somos os primeiros interessados a acabar com essas questões”, garantiu o presidente.

Na última quarta-feira, a CPI das Ongs aprovou o requerimento de Dias que pedia a convocação do ex-diretor da ONG Unitrabalho Jorge Lorenzetti, amigo e churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa ONG teria recebido do governo federal cerca de R$ 18,5 milhões. A CPI também aprovou em bloco outros 34 requerimentos convocando vários dirigentes de ONGs para depor, com destaque para o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Tiimothy Mulholland, e do presidente da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), Antônio Manoel Dias Henrique.