Emendas parlamentares que destinam dinheiro público para as bases políticas de deputados e senadores por meio de convênios – sobretudo para a construção de quadras esportivas – vitaminaram o orçamento e o peso político do Ministério do Esporte. Recém-separado do Ministério do Turismo, a pasta foi entregue ao PCdoB em 2003 e, desde então, seus gastos acumulados beiram R$ 5 bilhões.

Projeções feitas pelo Ministério do Planejamento para o ano que vem mostram que os investimentos e despesas do Esporte vão se multiplicar, na carona de eventos mundiais. Só os jogos olímpicos receberão em 2012 R$ 835 milhões.

O ritmo de gastos nos últimos oito anos e nove meses desenha uma curva cujo ápice coincide com a realização dos jogos Pan Americanos de 2007. A explosão de gastos nos jogos aumentou as preocupações com realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eventos que dão maior visibilidade ao ministério.

Em 2007, os gastos estimados inicialmente em R$ 409 milhões saltaram para R$ 3,7 bilhões, em meio a denúncias de superfaturamento e pagamento por serviços não prestados.

Entre 2003 e 2010, as pontas da curva de gastos, o orçamento do Ministério do Esporte cresceu 500%. Análise feita com base em dados registrados pelo Tesouro Nacional e pesquisados pela ONG Contas Abertas mostra que os custos do programa Rumo ao Pan foram superados pelos do programa Esporte e Lazer na Cidade, de grande apelo político no Congresso Nacional.

Destinado ao desenvolvimento e implantação de núcleos de esportes nos municípios, o Esporte e Lazer na Cidade é destino de boa parte das emendas parlamentares apresentadas no Congresso. Desde o início da gestão PCdoB, consumiu R$ 1,2 bilhão.

O valor é três vezes maior do que o destinado ao treinamento de atletas no programa Brasil no Esporte de Alto Rendimento. E 24% maior do que o custo do Rumo ao Pan.