As perdas na segunda safra de milho paranaense (milho safrinha) alcançam a 1,3 milhão de toneladas, cerca de 19,24% em relação à produção inicialmente esperada, segundo levantamento realizado pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura, em decorrência das geadas ocorridas nos dias 16 e 17 de junho.


As geadas foram de intensidade moderada a forte nas regiões oeste, centro e sudoeste do Estado, com perdas mais acentuadas nas seguintes regiões onde a Secretaria da Agricultura possui Núcleos Regionais: Campo Mourão (302,9 mil toneladas – 25,7%), Cascavel (398,6 mil toneladas – 39,8%), Francisco Beltrão (37,5 mil toneladas – 17,2%), Maringá (159,0 mil toneladas – 220,3%), Toledo (406 mil toneladas – 24,6%).


Nessas regiões, segundo o diretor do Deral, Francisco Simioni, estão cultivadas cerca de 69,6% da área total inicial, que é de 1,6 milhão de hectares, e cerca de 67% da produção total atualmente esperada, que é de 5,5 milhões de toneladas.


A produção inicialmente estimada, de 6,8 milhões de toneladas, está agora esperada em 5,5 milhões, sendo que os prejuízos dos produtores podem chegar a R$ 492,2 milhões, de acordo com cálculos preliminares do Deral.


Nas demais regiões do Estado (norte e noroeste) as geadas foram de fracas a moderadas, sem registro de perdas significativas, de acordo com o Deral. Na região sul do Paraná, devido ao estágio final de ciclo das lavouras, a produção não foi afetada. “Apesar das perdas, o Paraná ainda é o principal produtor de grãos do país, com previsão de colher mais de 30 milhões de toneladas nessa safra”, disse o secretário da Agricultura, Valter Bianchini.


CULTURAS DE INVERNO – A cultura de trigo, com uma área prevista de 1,09 mil hectar, e produção estimada em 2,8 milhões de toneladas, não foi afetada pelas geadas, isso em função da fase inicial das culturas, na sua maioria com desenvolvimento de plantas e perfilhamento. Já a triticale tem uma área estimada em 32.460 hectares e uma produção de 82.182 toneladas.


As demais culturas como aveia, centeio, cevada, também não sofreram com o fenômeno que havia oito anos não ocorria no Paraná, com forte intensidade como o verificado na última semana. Para a cevada a estimativa é de que serão cultivados 39.260 hectares e uma produção esperada de 136.289 toneladas.


FEIJÃO DA SECA – Com uma área estimada inicialmente em 211.673 hectares, essa cultura também sofreu perdas, muito embora em menor intensidade devido ao estágio final do ciclo que se encontrava em maturação e com 92,7% da área já colhida. Foram registradas perdas totais em apenas 1,4% da área (2.925 hectares) nas regiões oeste, sudoeste e centro do Estado (Núcleos Regionais de Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão e Ivaiporã). A produção está estimada em 342.545 toneladas, que é 6,3% menor que a estimada inicialmente.


GRÃOS DE VERÃO – Para os grãos de verão (feijão 1ª safra, milho 1ª safra e soja) os números permanecem inalterados, ou seja, o Paraná deverá ter uma produção de cerca de 22,0 milhões de toneladas.


Confirmados esses números, que somados às atuais estimativas das safras de feijão (2ª e 3ª), de milho (2ª) e grãos de inverno, o Paraná deverá confirmar sua posição de primeiro produtor nacional de grãos.