THAIS BILENKY NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – Em nome de um acionista, o escritório de advocacia Rosen entrou com uma ação coletiva contra a mineradora Vale na Justiça de Nova York, nesta segunda-feira (7). O autor pede indenização por perdas causadas pela alegada omissão e distorção de informações sobre o contrato com a Samarco e os procedimentos ambientais e de segurança da companhia. Em tese, a ação coletiva inclui como coautor todo investidor que tiver adquirido ativo da Vale nos Estados Unidos entre 21 de março e 30 de novembro de 2015. Além da companhia, o presidente da empresa, Murilo Ferreira, e o chefe financeiro, Luciano Siani, são processados nominalmente no mesmo processo. A ação acusa os réus de não terem informado apropriadamente que o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), resultou no despejo de lixo tóxico e que a Vale estava autorizada, por contrato com a Samarco, a depositar resíduos de minério de ferro de sua estação de tratamento da mina da Alegria para o Fundão. “Os procedimentos da Vale para mitigar incidentes ambientais, de saúde e de segurança eram inadequados e, como resultado, as declarações dos réus sobre as perspectivas e os negócios da companhia foram falsos e/ou sem bases razoáveis”, diz o autor. Quando os detalhes “verdadeiros” foram tornados públicos, afirma, os investidores sofreram danos. O advogado Phillip Kim, que assina ação, afirmou à reportagem que “muitos acionistas têm procurado o escritório com interesse em integrar a ação, desapontados com a perda de dinheiro”. Sua expectativa é que o caso dure entre dois e quatro anos, mas é imprevisível. Até fevereiro de 2016, outros autores podem propor processos semelhantes na corte sul de Nova York. O juiz, então, determinará qual será o líder da ação coletiva e a Vale poderá pedir o arquivamento da ação. OUTRO LADO A mineradora disse, em nota que “ainda não há como nos posicionarmos sobre qualquer ação que tenha sido impetrada contra a Vale nos Estados Unidos, mas daremos as respostas apropriadas nos tribunais quando forem necessárias”.