Antes de tudo, este é um lançamento velho. E como é bom, nesses dias em que ninguém mais dá tempo à música, só engole uma após outra, sem fôlego e sem se dar ao prazer de apreciar, falar de um disco do ano passado. O album  Buscador, foi lançado por Marcelo Frota, sob o nome artístico Momo, em meados de 2008. Ficou guardado na gaveta, eu confesso, displicência que tem como razão o cansaço e o volume de material que chega por aqui, mas que me custou alguns meses a mais sem essas faixas que tanto revolvem sentimentos. “Preciso ser pedra/sou areia/areia sempre morre/na praia/preciso ser mais leve/assim como pena/que se descola do bicho e voa… vai minha tristeza/meus sonhos todos desceram na descarga/meus amigos me preferem na alegria”. É um disco de passagem esse Buscador, cuspido, parece, depois de um forte machucado, daqueles que exigem silêncio e cobram mudanças. É como se seu autor aliviasse de sua alma um peso espiritual, transmutando dores em canções que, como “ a pena se descola do bicho e voa”, de alguma forma, ajudam a ficar mais leves mente e o corpo, que continuam ali, tendo que encarar outro dia. São músicas que não passam, elas ficam, pra nossa sorte, impregnadas nesses nosso dias tão ligeiros. As letras falam, sim, de amarguras, de tristezas, de separações e despedidas, mas o olhar é sempre a busca por acordar outro dia: “quando o peito me aperta/ eu me sinto criança/ me lembro do dia que fomos irmãos/ nas esquinas das ruas/ nossas paixões/os sonhos largados na bebedeira/ (…)o amor não morre quando a flor brotar em nós/clareia o sol queimando a dor”. É sublime a beleza que vem desse ep. Estou viciada neste disco. E não importa quantas vezes o ouça no dia, se enquanto escrevo pro jornal, como agora, se andando pelas ruas da cidade ou em casa, já nos braços do meu amor, ele sempre me acerta em cheio. Me puxa pras coisas que fazem a diferença nessa nossa existência tão frágil.  

Em movimento – produtores independentes musicais estão se agilizando. Com o texto de alteração da Lei Rouanet em consulta pública, na próxima terça o Ministro da pasta, Juca Ferreira, passa por Curitiba e quer ouvir o que pensam sobre o assunto por aqui. Este Ministro enfiou o dedo na ferida e mexeu o machucado. É de nosso interesse esse encontro, também. E é hora pra voltar a cobrar do governo do Estado também a Lei Estadual de Incentivo, que vergonhosamente, o Paraná não tem ainda e se depender do interesse do governador, ao que tudo indica, não vai rolar.

New York Dolls – Antes de Sex Pistols houve New York Dolls. Os caras, ou o que sobrou deles, tocam em Sampa dia 25 de abril, no Via Funchal. Pré-lançamento de seu novo disco Cause I Sez So, que tem previsão de lançamento mundial no dia 05 de maio. Preços entre R$ 100 e R$ 180. Informações:www.viafunchal.com.br, www.webrockers.com.br

Oasis – Foi anunciado que a abertura pro Oasis vai ser com a gaúcha Cachorro Grande. Eu tento, juro que me esforço, mas não consigo entender uma coisa dessas. Ah tá, é que Curitiba não tem nenhuma banda à altura, então é preciso trazer um grupo passado e chato como este pra fazer as honras da casa. Tem até piada rolando: “é que se colocarem uma banda como a Relespública pra tocar antes o Oasis vai ficar com vergonha de tocar depois”, zomba Flavio Jacobsen. De minha parte, até pensei que eles tinham virado Vjs. Diz o release que a escolha foi dos ingleses. Eles deviam dar uma olhada nas reações na internet, que já pipocam.

Fim de papo  –  Pois é, nem o disco novo produzido pelo “produtor do Hendrix” foi suficiente para segurar a onda do Terminal Guadalupe, a agora ex-grande promessa do rock nacional. Em comunicado na comunidade no orkut, o grupo confirmou que está encerrando as atividades com o lançamento de um single “O tempo vai me perdoar”.