O Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil, investiga mais de 108 casos de sexting (a prática de expor fotos sensuais nas redes sociais) e pedofilia no Paraná. Os casos envolvem adolescentes de 12 a 17 anos que, em vários casos, atenderam ao pedido de namorados, ou ainda foram as autoras das postagens para obterem um maior número de seguidores. Nas fotos as garotas geralmente estão seminuas e em poses sensuais, o que pode implicar em casos de pedofilia. 

O delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira, responsável pela condução das investigações, revelou que apenas no perfil do microblog Twitter @peladinhas_cwb mais de 100 garotas tiveram as fotos postadas apenas no último fim de semana. Nesta segunda-feira, 28, sete pessoas foram ouvidas por Oliveira. Mais de 100 fotos de 100 vítimas diferentes já foram postadas.

Ainda de acorco com o delegado, o dono do perfil pede para que mais fotos sejam postadas, principalmente, de alunas de colégios de Curitiba. “As primeiras denúncias começaram a chegar na sexta-feira”, revela o delegado.

Dos sete inquéritos instaurados relacionados ao @peladinhas_cwb, três dizem respeito a pedofilia (por causa do vazamento de imagens de adolescentes nuas) e quatro configuram difamação – as jovens aparecem em roupas íntimas.

Oliveira relata que a cada vez que é feita a exclusão de uma postagem com o perfil, outro perfil é criado. “O número de perfis tem se multiplicado e junto com as fotos de adolescentes estão sendo postadas fotos de bebês de dois anos apenas de calcinha”, afirm ao delegado. “Cada vez o tipo de delito vai ficando mais grave”, diz. 

Pelo artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a pena para quem produz, divulga ou mantém imagens pornográficas envolvendo menores de idade é de 3 a 6 anos de reclusão. Não apenas quem mantém as páginas, mas também quem repassou fotos pode ser enquadrado no crime.

Para o delegado, a principal orientação em casos como este é para os pais. “Eles devem ter a noção de que uma adolescente não tem maturidade para ter em mãos um telefone com tanta tecnologia”, diz. Oliveira alerta para que os pais estejam mais próximos de seus filhos e exerçam o seu papal de pai.