A Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) está orientando os consumidores sobre os cuidados necessários na compra e consumo de produtos tradicionais desta época de Páscoa, como pescados e chocolates.


De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos da SESA, Marise Penteado, os pescados ou frutos do mar – peixes, camarões, lagostas, siris, caranguejos, polvos, lulas, ostras e mexilhões – são altamente perecíveis. A deterioração começa logo após a captura, mas pode ser retardada pela manutenção sob temperatura máxima de 0ºC, em balcões refrigerados ou diretamente em gelo de água potável, numa proporção de 2kg de gelo para 1 kg do produto. Daí a importância de adquirir pescados em estabelecimentos legalizados que são fiscalizados rotineiramente pelos serviços de Vigilância Sanitária, o que não acontece nas vendas ambulantes.


“Além da forma em que os peixes são refrigerados no comércio, na hora da compra o consumidor deve verificar se a carne está firme e se ela resiste à pressão dos dedos. As escamas têm que ser brilhantes e bem aderidas a pele; os olhos, devem ocupar totalmente suas órbitas; as guelras precisam estar úmidas e intactas; o ventre cilíndrico, sem inchaço ou flacidez; o ânus fechado; e o odor característico”, orienta Marise, lembrando que os peixes devem ser comercializados preferencialmente inteiros. “Mas, se o consumidor optar pela limpeza e compra na forma de filés, deve pedir para que esses procedimentos sejam feitos na sua presença”, aconselha ela.


A chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos da SESA alerta ainda que, após a compra, o pescado deve ser transportado de forma rápida e acondicionado sob refrigeração até o momento do preparo para consumo. E que, devido à possibilidade risco de contaminação para os alimentos, na decoração de pratos, não se deve colocar pescados sobre verduras.


Industrialização – É importante lembrar que a industrialização do pescado somente é permitida com registro junto aos órgãos competentes das esferas federal, estadual ou municipal. Assim, nas embalagens de camarões descascados, carne de siri desfiada, mexilhões sem conchas e de outros pescados industrializados devem ser observados os dados do fabricante, número de registro dos serviços de fiscalização que vem acompanhado de siglas como SIF, SIP ou SIM, a data de fabricação e a validade do produto.


Quanto aos camarões, eles devem ser comercializados com cabeça, ter cheiro próprio e carapaça aderida ao corpo. As ostras e mariscos precisam apresentar a concha fechada, ter água limpa em seu interior e serem consumidos preferencialmente cozidos, uma vez que podem reter microrganismos e impurezas, pois se alimentam através de filtração da água do mar. Já as lulas e polvos devem apresentar coloração arroxeada, pele lisa e úmida, carne elástica, com olhos vivos e salientes nas órbitas.


Bacalhau – Como todo produto salgado, o bacalhau deve ser exposto à venda em locais arejados e livres de umidade, inteiro ou cortado em postas, uma vez que o produto desfiado pode ter sido “mascarado” e obtido por reaproveitamento de pontas ou peças deterioradas. A ressalga das peças no local é proibida, pois também mascara os primeiros sinais de deterioração do produto e resulta num indevido aumento de peso.


“Não compre bacalhau com fungos e bolores, manchas rosadas ou vermelhas, que atinjam o sal da superfície das peças”, alerta Marise explicando que essas alterações são indicativas de contaminação por bactérias comuns em produtos com alta concentração de sal. “A presença de larvas ou bichos mostra que o bacalhau foi contaminado por dejetos ou deposição de ovos por moscas”, lembra ela, aconselhando aos consumidores a observarem na rotulagem: os dados do importador, país de origem, nº de registro SIF, data de fabricação/validade.


AZEITE – Obtido a partir da azeitona, que é um fruto importado, o azeite pode ser envasado no Brasil, em latas ou vidros – processo que possibilita fraudes no produto, sendo a mais comum a mistura dele com óleo vegetal de soja, para baratear custos. Neste caso, a denominação correta do produto deve ser óleo composto.
Os principais cuidados na hora da compra de azeite, segundo Marise Penteado, são evitar embalagens danificadas, enferrujadas, amassadas ou estufadas. “Para garantia de uma boa compra, observe se o azeite tem consistência fluida, aroma e cor característicos e verifique na rotulagem se estão visíveis, os dados do fabricante, do país de origem, do estabelecimento importador, o número do lote, o prazo de validade e a data de fabricação”, diz ela.


Chocolate – Embora possa ser considerado como alimento de baixo risco, há detalhes a serem observados na hora da compra dos ovos de Páscoa, chocolates, bombons e confeitos diversos, artesanais ou industrializados. No caso dessas guloseimas, de acordo com a técnica da Vigilância Sanitária, a exposição para venda precisa ser feita em local fresco e arejado, preferencialmente, climatizado.


Produtos com embalagens danificadas, amassados, quebrados ou amolecidos devem ser descartados. A rotulagem deve conter: marca, dados do fabricante, lista de ingredientes, datas de fabricação/ validade e lote.


Nos produtos artesanais a rotulagem adequada é especialmente importante, pois indica que a empresa é legalizada e atende às normas sanitárias vigentes. “Ao contrário do que muitos pensam, ser caseiro muitas vezes não é sinônimo de ser um produto mais saudável”, diz Marise, alertando que eles podem conter substâncias nocivas à saúde ou ser preparados em condições insatisfatórias de higiene. “Além dos cuidados relativos a cada alimento, o consumidor deve também observar as condições de limpeza e conservação de produtos do estabelecimento comercial, antes de realizar sua compra. Da mesma forma, é essencial verificar o asseio pessoal do manipulador e a higiene na manipulação dos alimentos”, concluiu ela.