A situação carcerária no 12.º Distrito Policial, em Santa Felicidade, piorou no último mês, depois da vistoria feita pela Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná. As celas continuam superlotadas e as condições  sanitárias e de higiene estão piores do que na última visita. Por conta dos problemas, o delegado titular, Rogério Martim de Castro, diz que se obrigou a selecionar o tipo de presos que recebe. Alertada pela OAB, em fevereiro, a Vigilância Sanitária também realizou uma inspeção no 12.º DP e deu prazo de 30 dias para o distrito fazer as mudanças necessárias. O prazo se encerra nesta semana.
Com a interdição do 11.º Distrito Policial, na Cidade Industrial de Curitiba, o número de presos encaminhados para o 12.º DP aumentou. A carceragem recebe uma média de 15 detentos por dia e mantém cerca de 150 homens em celas com capacidade para 24 pessoas. Nesta segunda-feira pela manhã, deixaram a carceragem dez presos, que foram encaminhados para o Centro de Triagem II, mas estava sendo aguardada, até o final da tarde, a chegada de mais de 20 novos detentos. No momento da visita da Comissão, a delegacia estava com 138 detentos.
Por causa da superlotação, o delegado está fazendo uma triagem prévia dos presos encaminhados ao distrito. De acordo com o seu relato à comissão,  estão sendo excluídos os condenados, os reincidentes e os obesos. Eles estão sendo redirecionados para o Centro de Triagem II. A falta de funcionários também foi constatada pela comissão. O 12.º Distrito conta com um carcereiro, três escrivães e 16 investigadores.
Entre as medidas determinadas pela Vigilância Sanitária, apenas uma foi cumprida – a instalação de três exaustores que minimizaram a umidade e o calor dentro das celas. “As condições de higiene estão péssimas. Os presos vivem numa insalubridade total”, conta a secretária da Comissão de Direitos Humanos, Izabel Kugler Mendes. Doenças de pele, como sarna e micose, proliferam entre os presos. Há um caso de tuberculose. Um homem, que havia levado um tiro na cabeça, aguardava a remoção para tratamento.  No 12.º DP, cerca de 80% dos presos são réus primários e estão na faixa dos 18 aos 25 anos.