A SP-Foto – Feira de Fotografia de São Paulo encerrou sua 13.ª edição no domingo, com a promessa de que duas novidades deste ano se repitam em 2020. A primeira delas é a série de encontros realizada na Escrevederia – um projeto idealizado por João Bandeira que reuniu a fotógrafa Maureen Bisilliat e o escritor Alberto Martins e o fotógrafo Bob Wolfenson e o editor Matinas Suzuki Jr. A outra é o setor editorial, que nesta edição de estreia abrigou oito editoras.

Iatã Cannabrava, que vendia os livros de artistas e fotolivros de autores e casas variadas na Livraria Madalena instalada na feira até o ano passado, foi pela primeira vez só como editora, gostou do resultado final e diz que, se tivesse feito mais lançamentos lá, o resultado teria sido ainda melhor. Só no sábado, 24, por exemplo, quando a Madalena lançou quatro títulos, o faturamento foi de mais da metade do total dos cinco dias.

Da abertura, na quarta, 21, a domingo, 25, a SP-Foto recebeu 15 mil pessoas no Shopping JK Iguatemi. Muitas vendas foram feitas ali nos estandes das 33 galerias, mas os negócios continuam por pelo menos três meses, explica a idealizadora Fernanda Feitosa. Sem contar os resultados imateriais.

“Trabalhar com cultura no Brasil, e em qualquer país do mundo, é sempre uma semeadura. Estamos sempre semeando e a cada ano o público corresponde”, diz Feitosa. Segundo ela, houve procura por fotografias de todos os períodos, de artistas novos ou consagrados. “As pessoas compraram desde Ana Maria Tavares (Airshaft para Piranesi VI, na foto acima, foi uma das obras adquiridas) e Francesca Woodman até jovens talentos como Evandro Soares. Algumas edições esgotaram, como a de Deborah Engel.”

Ela comenta ainda sobre a vinda de um maior número de profissionais estrangeiros – 7, este ano. “Esse encontro profissional permite que comecem a circular no mercado internacional artigos críticos sobre a fotografia brasileira, e isso é fundamental para a divulgação da arte brasileira”, diz.

Resultados

O galerista Jaime Vilaseca, da Portas Vilaseca, responsável por expor os trabalhos de Deborah Engel citados por Feitosa, afirma que oito obras da artista foram vendidas no período da feira. “São trabalhos muito autênticos, meio cinéticos, que chamaram a atenção de colecionadores que não a conheciam”, conta. Outro artista selecionado pela galeria, Pedro Vitor Brandão, vendeu quatro trabalhos.

Da Arte 57, Renato Magalhães Gouvêa Jr. afirma que a sensação geral, entre os galeristas que participaram este ano da feira, é de satisfação. “Mesmo neste momento difícil que o Brasil atravessa, houve bastante venda e interesse”, afirma. “A SP-Foto se consagrou com esta edição.” Para ele, a feira abre a possibilidade de que grandes colecionadores entrem para o mercado de fotografia, assim como jovens. “A fotografia é o futuro”, diz.

Já a galerista Eliana Finkelstein, da galeria Vermelho, destaca que a SP-Foto investe na formação do público. “Este ano, a feira contou com palestras, lançamento de livros, visitas guiadas e buscou mostrar que a fotografia tem outras possibilidades”, comenta. “É um ‘trabalho de formiguinha’, mas que contribui muito para amadurecer o mercado de fotografia”, finaliza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.