Entre os políticos paranaenses, pelo menos os que se pronunciaram publicamente, a opinião corrente ontem era de que não resta outra saída ao presidente Michel Temer (PMDB) a não ser a renúncia, diante das denúncias de que ele teria sido gravado avalizando a compra do silêncio de Eduardo Cunha (PMDB) e orientando o dono da JBS, Joesley Batista, a procurar o ex-assessor e deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para resolver uma pendência da empresa junto ao governo com o pagamento de propina.

Gesto
É hora da renúncia. Seria o gesto menos traumático para a população brasileira. Se não houver o gesto da renúncia, com o pedido de perdão ao povo deste País, é irrecusável a instauração de um processo de impeachment, que é, sem dúvida, doloroso. Inaugura-se novo calvário com um novo processo de impeachment, traumático, diante das aspirações do nosso povo, disse o senador Alvaro Dias (PV).

Diretas já
O deputado federal Luciano Ducci (PSB) também defendeu ontem a renúncia de Temer e a realização de eleições diretas. A solução passa por medidas drásticas que terão que ser tomadas pelo Congresso ou pelo TSE. As evidências expostas pela imprensa reforçam que não há mais espaço dentro da sociedade para a política da compra de silêncio ou de votos, por meio do toma lá da cá, tal qual se instaurou nessa gestão, nos últimos meses, para votar a qualquer preço as Reformas Trabalhista e Previdenciária, considerou.

Ruas
O PT do Paraná divulgou nota convocando as forças democráticas e da esquerda a se unirem aos movimentos sociais e às centrais sindicais nas ruas, em uma mobilização pela retirada de Temer do poder e pela realização imediata de eleições gerais. Também temos de impedir que a judicialização da política e a supremacia do Poder Judiciário, conservador, elitista, fechado e seletivo, atropelem a decisão popular, comentou o partido.