Sandro Nascimento

Político de pouca expressão fora de sua região, o deputado federal paranaense Luiz Nishimori (PR) – que tem base eleitoral em Maringá, Norte do Estado – ganhou os holofotes da imprensa nacional e das redes sociais do País, ao ser relator do projeto que afrouxa o controle sobre a utilização e registro de agrotóxicos. Na terça-feira, uma comissão da Câmara Federal aprovou parecer favorável de Nishimori à proposta, apelidada pelos críticos de “pacote do veneno”.

Câncer
A principal crítica é de que o projeto centraliza a liberação dos agrotóxicos no Ministério da Agricultura com apenas pareceres da Anvisa e do Ibama. Atualmente, um processo precisa ser analisado em cada um desses órgãos, o que, para ambientalistas, ajuda na isenção da análise do agrotóxico. Segundo especialistas na área da saúde e ambientalistas, a proposta, defendida pela bancada ruralista, abre a possibilidade de aprovação de substâncias cancerígenas. Nishimori defendeu a medida alegando que a legislação atual está defasada. 

Pressa
Pré-candidata à reeleição, a governadora Cida Borghetti (PP) corre contra o tempo para acelerar seus projetos e atrair apoio para seus planos de conquistar mais um mandato à frente do comando do Palácio Iguaçu. Até ontem, ela assinou – desde que assumiu o cargo em abril, após a renúncia do governador Beto Richa (PSDB) para disputar o Senado – um total de 968 convênios com 307 municípios para o repasse antecipado de recursos. Os acordos foram possíveis graças à aprovação de uma lei, pela Assembleia Legislativa, que permite acelerar a execução das obras e a compra de equipamentos e veículos por parte das prefeituras.

Empregos
O volume de convênios representa investimentos de R$ 154,3 milhões, valor que também vai contribuir com a economia regional e com a geração de empregos. Dos R$ 154,3 milhões de recursos a serem antecipados aos municípios, conforme autoriza a legislação, R$ 47,6 milhões são direcionados a obras da construção civil e devem gerar 1.770 empregos diretos e indiretos. A projeção é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Segundo o instituto, para cada R$ 1 milhão investido no setor de construção, estima-se uma geração de 37 oportunidades de trabalho. 

Ceasa
Pré-candidato de oposição ao governo, o ex-senador Osmar Dias (PDT), comentou ontem o caso de um vídeo que mostra que as Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) em Curitiba amanheceu alagada. Muitos produtores rurais, em especial os agricultores familiares que abastecem a capital e as cidades da região metropolitana, perderam mercadorias por conta da água que entrou no local.

Ineficiência
Osmar aproveitou o episódio para criticar o governo. “Mais um retrato da incompetência, da ineficiência e da falta de respeito do governo para com os produtores rurais, principalmente os agricultores familiares e aqueles que comercializam seus produtos na Ceasa. Gente que acorda 3 horas da manhã, 4 horas da manhã, para trabalhar e abastecer Curitiba e região metropolitana. A Ceasa amanheceu debaixo de uma cachoeira d’água”, denuncia. “A Ceasa é ligada à Secretaria da Agricultura. Onde está a secretaria da Agricultura do governo do Estado que não reformou a Ceasa nos últimos anos?”, questiona em áudio enviado por sua assessoria. 

Calha
De acordo com a assessoria do governo, “foi uma questão pontual. Só uma calha que apresentou problema no Mercado do Produtor. Não houve alagamento”.