Poucas coisas remetem tanto à ficção científica quanto computadores que usamos no corpo como acessórios ou peças de roupa. O comunicador de pulso, o visor que traz dados sobre o ambiente e a jaqueta conectada são alguns dos itens que já vimos em filmes, livros e quadrinhos. Agora, depois de décadas ajudando viajantes do espaço e heróis do futuro, a tecnologia de vestir chegou à realidade.
Muita coisa indica que 2013 será um ano decisivo para os chamados vestíveis (wearables, em inglês). Muito por causa de um aparelho que, sem previsão de lançamento, já é o mais comentado do ano. Não é nenhum smartphone ou tablet, que já são papo antigo, mas os óculos do Google, batizados de Project Glass É uma armação conectada que acessa a internet, faz chamadas, envia mensagens, mostra mapas — tudo que um smartphone faz. As informações flutuam diante dos olhos.
O Google comenta pouco. A reportagem teve negado pedido de entrevista sobre o assunto. Alguns poucos jornalistas estrangeiros puderam experimentar a peça e o projeto já foi aberto para desenvolvedores — os primeiros aplicativos já foram anunciados.

Além do Google, anda forte o boato de que a Apple pretende lançar um relógio smart. A empresa registrou a patente de um dispositivo para pulso com tela flexível e que teria as funções de um smartphone.
Previsivelmente, a Samsung logo apareceu dizendo que trabalha num projeto similar. Estamos preparando produtos para o futuro e um relógio inteligente é um deles, declarou um executivo da empresa. Na semana passada ainda surgiram novos rumores sobre relógios inteligentes da LG e do próprio Google.
Linha de produção. Saindo dos holofotes das grandes e olhando um pouco abaixo da superfície, há um cenário cheio de empresas médias, startups e projetos no Kickstarter relacionados ao desenvolvimento de peças e acessórios inteligentes para o corpo. São braçadeiras que funcionam como sensores de movimento, anéis que substituem o controle do videogame ou apetrechos que monitoram dados biométricos (aliás, dispositivos que fazem medições de indicadores de saúde são o tipo de vestível mais comum no mercado).

Itens da tecnologia vestível

NAS MÃOS
A Keyglove promete digitar texto, mudar de aplicativo, controlar mouse e fazer diversos movimentos para videogames;

 NOS PÉS
 O Nike + Hyperdunk vem com sensor embutido no tênis que envia para o smartphone dados sobre os movimentos do usuário;

NOS OLHOS
Os óculos do Google têm funções de smartphone, aplicativos próprios e seguem comandos de voz;

NO BRAÇO
A MYO interpreta movimentos musculares para realizar funções diversas no computador;

NOS DEDOS
O Ringbow usa Bluetooth para executar comandos de videogame. Pesa menos de 200 gramas;

NO TECIDO
O Shine é um sensor de atividade que pode ser colocado no bolso ou afixado na roupa;