R$ 3,15. Essa era a aposta, na segunda-feira (2), para o valor da nova tarifa de ônibus em Curitiba. O anúncio é esperado para hoje, embora a Prefeitura não tenha confirmado a informação. Na semana passada o prefeito Gustavo Fruet chegou a adiantar que divulgaria a nova tarifa na sexta-feira, mas adiou a medida justificando que ainda havia negociações com o governo do Estado.

Em carta enviada à Cãmara de Curitiba na abertura do ano legislativo, o prefeito voltou a dizer que ainda aconteciam negociações. A questão do transporte tem demandado toda nossa atenção. Seguimos em tratativas com o governo estadual em busca de acordo para resolver pendências financeiras, preservar a integração metropolitana e definir o valor da tarifa de forma mais justa e menos onerosa ao trabalhador, disse.

A negociação, aliás, foi a explicação para a ausência do prefeito, que normalmente discursa na abertura dos trabalhos na Câmara. Fruet foi representado pela vice-prefeita Miriam Gonçalves.

A última semana terminou tensa entre a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que representa o governo, e a Urbs, pela Prefeitura. A Comec fez uma proposta para que governo e município dividissem o déficit da Rede Integrada de Transporte (RIT) e assim preservar a integração com tarifa única.

A Urbs recusou a proposta, alegando que o município não tem como arcar com esse custo. O Estado também diz que não tem como manter o subsídio nos parâmetros atuais.

Data base

Fruet também disse na semana passada que um aumento na tarifa era inevitável para manter o sistema. Perguntado, o prefeito respondeu que a tarifa ficaria acima dos R$ 3. Fruet estava levando em conta os aumentos dos custos do transporte incluindo ai o reajuste para motoristas e cobradores, que iniciaram, ontem, o debate sobre a data base das categorias.
A negociação ontem aconteceu na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. Nesta semana ainda acontece nova audiência, desta vez no Tribunal Regional do Trabalho no Paraná (TRT-PR), agendada para quinta-feira. Motoristas e cobradores pedem reajuste entre 12% e 13%. Empresas de ônibus ainda não fizeram uma porposta, e dizem esperar o anúncio do reajuste.

Na semana passada motoristas e cobradores fizeram greve de quatro dias por causa do atraso no pagamento do adiantamento salarial relativo a fevereiro.