Dentro das comemorações dos 322 anos de Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet inaugurou neste sábado (28) a Reserva do Bugio, maior Unidade de Conservação Integral de Curitiba e a maior em ambiente urbano do Brasil na categoria Refúgio de Vida Silvestre. São mais de 8 milhões de metros quadrados, conciliando áreas públicas com o uso da terra pelos proprietários das áreas particulares, demonstrando o compromisso de Curitiba com a natureza e a sustentabilidade.

O prefeito lembrou que a criação do parque representa o diálogo aberto e franco com os municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Junto com os prefeitos de Fazenda Rio Grande e Araucária, Fruet assinou o decreto da criação das reservas. ” Hoje nós podemos escolher o legado que queremos deixar para o futuro. Estamos deixando com responsabilidade para as próximas gerações a última grande área verde de Curitiba e garantindo o fornecimento de água para o futuro”, ressaltou Fruet.

A Reserva do Bugio contribuiu para a formação de reservas nos dois municípios limítrofes (Araucária e Fazenda Rio Grande), formando o primeiro mosaico metropolitano do Brasil, com 1800 hectares de área preservada. “Esse momento tem que ser eternizado porque essa área tem um valor incalculável. Estamos fazendo história e a maioria das pessoas pode só entender isso daqui alguns anos”, disse o prefeito de Fazenda Rio Grande, Márcio Wozniack. “Lembro que há 15 anos essa mesma área vivenciou o maior crime ambiental com derramamento de óleo do país. E hoje, através do diálogo dos municípios, estamos fazendo o contrário. Estamos preservando e pensando o futuro”, completou o prefeito de Araucária, Olizandro José Ferreira.

Esta nova Unidade de Conservação, além de contribuir com a preservação da biodiversidade e a melhoria da qualidade das águas dos rios Barigui e Iguaçu, irá minimizar os impactos das enchentes na região. A criação do refugio vem a somar com outras unidades de conservação, formando um corredor de biodiversidade, e possibilitará que Curitiba, e em especial a região Sul do município, colabore de forma destacada a resguardar recursos hídricos estratégicos e outros sistemas, explica Renato Lima, Secretário Municipal de Meio Ambiente.

Flora e fauna

O local abriga a maior área da cidade com araucárias e protege 112 espécies de aves e 20 espécies de mamíferos como a Lontra (Lontra longicaudis) e o Bugio (Alouatta guariba). Entre as aves, foram observadas Biguá, Ananaí, Garça-branca, Gavião Carijó, Beija-flor, entre outras. Na região também são comuns aves típicas de áreas úmidas (várzeas) como garças, socozinho, saracuras, narcejas, mergulhão, biguá, frango d’água, marrecas, tapicuru-de-cara-pelada, pernilongo e jaçanã.

A vegetação na área da Reserva do Bugio é caracterizada pelas matas ciliares e várzeas do Rio Iguaçu e seus afluentes, além de capões da Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucária). Nesta região, foram identificadas as espécies que compõem este tipo de floresta como a Araucária, o Branquilho, Pinheiro Bravo, Tarumã, Aroeira, entre outras.

Refúgio

A criação do Refúgio de Vida Silvestre do Bugio está embasada na Lei Federal 9985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, com objetivo de proteger ambientes naturais que assegurem condições para existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

Para o traçado foram consideradas áreas naturais como os maciços vegetacionais, as Unidades de Conservação, as áreas de várzea, as áreas com cavas, a ocorrência de fauna ameaçada de extinção e a Lei Municipal n.º 9805/2000, que instituiu o Anel de Conservação Sanitário Ambiental.

O evento de inauguração teve a presença de deputados, vereadores, administradores regionais, lideranças da comunidade, organizações não governamentais e ambientalistas.